segunda-feira, 20 de julho de 2020

1º BIMESTRE HISTÓRIA GERAL / 8º ANO

Conhecendo Séculos (texto 01)

Como podemos aprender de forma sistemática a observar um ano qualquer e assim possamos dizer a qual Século aquele ano pertence?

 

 

CASO 1: ano 1654         Século XVII

 

Siga as etapas abaixo

 

1.  Observe o ano, veja se é uma unidade, dezena, centena ou uma milhar;

2.  Como é uma milhar, separe duas casas decimais à esquerda;

3.  Observe nos números à direita, “se existe número diferente de zero”.

4.  Se existir, some (+1) ao numero da esquerda e você terá o século;

5.  Se não existir você já tem o século, o número à esquerda;

6.  Lembre-se que séculos só é escrito em algarismo romano.

Ex 1: ano 1304         Século XIV      

Ex 2: ano 1100         Século XI

 

CASO 2: ano 304       Século IV

 

Siga as etapas abaixo

 

1. Observe o ano, veja se é uma unidade, dezena, centena ou uma milhar;

2. Como é uma centena, separe uma casa decimal à esquerda;

3. Observe nos números à direita, “se existe número diferente de zero”;

4. Se existir, some (+1) ao numero da esquerda e você terá o século;

5. Se não existir você já tem o século, o número à esquerda;

6. Lembre-se que séculos só é escrito em algarismo romano.

Ex 1: ano 304           Século IV

Ex 2: ano 200           Século II

 

CASO 3: ano 20        Século I

 

Obs importante. Um século equivale a um período de 100 anos. Logo do ano 1 ao ano 100, temos o Século I.

 

Ex 1: ano 30             Século I

Ex 2: ano 100           Século I

 

 

Séculos em Algarismo Romano

1-I

11-XI

30 – XXX

D – 500

2-II

12-XII

40 – XL

DC – 600

3-III

13-XIII

50 – L

CM – 900

4-IV

14-XIV

60 – LX

M – 1000

5-V

15-XV

90 – XC

 

6-VI

16-XVI

100 – C

 

7-VII

17-XVII

200 – CC

 

8-VIII

18-XVIII

400 – CD

 

9-IX

19-XIX

 

 

10-X

20-XX

 

 

 

Numeração Romana

Nº Romano

Nº Romano

Nº Romano

Nº Romano

Nº Romano

1

I

26

XXVI

51

LI

76

LXXVI

200

CC

2

II

27

XXVII

52

LII

77

LXXVII

300

CCC

3

III

28

XVIII

53

LIII

78

LXXVIII

400

CD

4

IV

29

XXIX

54

LIV

79

LXXIX

500

D

5

V

30

XXX

55

LV

80

LXXX

600

DC

6

VI

31

XXXI

56

LVI

81

LXXXI

700

DCC

7

VII

32

XXXII

57

LVII

82

LXXXII

800

DCCC

8

VIII

33

XXXIII

58

LVIII

83

LXXXIII

900

CM

9

IX

34

XXXIV

59

LIX

84

LXXXIV

1000

M

10

X

35

XXXV

60

LX

85

LXXXV

1100

MC

11

XI

36

XXXVI

61

LXI

86

LXXXVI

1200

MCC

12

XII

37

XXXVII

62

LXII

87

LXXXVII

1300

MCCC

13

XIII

38

XXXVIII

63

LXIII

88

LXXXVIII

1400

MCD

14

XIV

39

XXXIX

64

LXIV

89

LXXXIX

1500

MD

15

XV

40

XL

65

LXV

90

XC

1600

MDC

16

XVI

41

XLI

66

LXVI

91

XCI

1700

MDCC

17

XVII

42

XLII

67

LXVII

92

XCII

1800

MDCCC

18

XVIII

43

XLIII

68

LXVIII

93

XCIII

1900

MCM

19

XIX

44

XLIV

69

LXIX

94

XCIV

2000

MM

20

XX

45

XLV

70

LXX

95

XCV

2100

MMC

21

XXI

46

XLVI

71

LXXI

96

XCVI

2200

MMCC

22

XXII

47

XLVII

72

LXXII

97

XCVII

2300

MMCCC

23

XXIII

48

XLVIII

73

LXXIII

98

XCVIII

2400

MMCD

24

XXIV

49

XLIX

74

LXXIV

99

XCIX

2500

MMD

25

XV

50

L

75

LXXV

100

C

2600

MMDC

 

Iluminismo (texto 02)

Iluminismo é um movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a ideias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia.

Iluminismo é um movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a ideias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas.

O Iluminismo trouxe consigo grandes avanços que, juntamente com a Revolução Industrial, abriram espaço para a profunda mudança política determinada pela Revolução Francesa. O precursor desse movimento foi o matemático francês René Descartes (1596-1650), considerado o pai do racionalismo. Em sua obra “Discurso do método”, ele recomenda, para se chegar à verdade, que se duvide de tudo, mesmo das coisas aparentemente verdadeiras. A partir da dúvida racional pode-se alcançar a compreensão do mundo, e mesmo de Deus.

Na gravura, Descartes cercado por estudiosos e admiradores


 As principais características do Iluminismo:

•Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento;

•valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia;

•crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza;

•crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais;

•crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero;

•defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei;

•crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. "

Iluminismo e a Ciência

Nos séculos XVII e XVIII, enquanto as ideias iluministas se espalhavam pela Europa, uma febre de novas descobertas e inventos tomou conta do continente. O avanço científico dessa época colocou à disposição do homem informações tão diferentes quanto a descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua, a descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação sanguínea e o conhecimento do comportamento dos espermatozóides.

A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Seguindo a trilha aberta por estudiosos da Renascença, como Copérnico, Kepler e Galileu, o inglês Isaac Newton (1642.1727) elaborou um novo modelo para explicar o universo. Auxiliado pelo desenvolvimento da Matemática, que teve em Blaise Pascal (1623.1662) um de seus maiores representantes, ele ultrapassou a simples descrição do céu, chegando a justificar a posição e a órbita de muitos corpos siderais.

Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação universal, que explicava desde o movimento de planetas longínquos até a simples queda de uma fruta. Newton foi ainda responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.

Tanto para o estudo dos corpos celestes como para a observação das minúsculas partes do mundo, foi necessário ampliar o campo de visão do homem. Os holandeses encarregaram-se dessa parte, descobrindo que a justaposição de várias lentes multiplicava a capacidade da visão humana.

Tal invento possibilitou a Robert Hooke (1635-1703) construir o primeiro microscópio, que ampliava até 40 vezes pequenos objetos (folhas, ferrões de abelha, patas de insetos). Esse cientista escreveu um livro sobre suas observações e criou o termo célula, hoje comum em Biologia.

As primeiras experiências com a então recém-descoberta eletricidade demonstraram que o corpo humano é um bom condutor elétrico, O menino suspenso por cordas Isolantes recebe estímulos elétricos nos pés, os quais são transmitidos à outra criança (à esquerda), a quem está dando a mão.

A Biologia progrediu também no estudo do homem, com a identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação sanguínea. Descobriu-se também o princípio das vacinas — a introdução do agente causador da moléstia no organismo para que este produza suas próprias defesas.

Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavolsier (1743-1794), famoso pela precisão com que realizava suas experiências. Essa característica auxiliou-o a provar que, “embora a matéria possa mudar de estado numa série de reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no fim como no começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.

Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e estudiosos que permitiram, por exemplo, a descoberta da eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre; a descoberta dos protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo uma nova ciência — a Geologia —, a partir da qual se desenvolveu uma teoria que explicava a formação da Terra, refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias.

Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos estudiosos renascentistas, os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII construíram teorias e criaram inventos, em alguns casos posteriormente contestados pela evolução da ciência. Sua importância, entretanto, é inegável, tendo sido fundamental para os progressos técnicos que culminaram na Revolução Industrial. "1

Iluministas Ingleses

o século XVII, as ideias iluministas mais brilhantes surgiram na Inglaterra, país que apresentava grande desenvolvimento econômico Vejamos algumas das figuras que mais se destacaram nesse país.

Isaac Newton (1642-1727), matemático, astrônomo e físico, preocupou-se com o estudo do movimento dos corpos do universo. Demonstrou que os corpos exercem atração uns sobre os outros, formulando a lei da gravitação universal.

Os conhecimentos de Newton em Matemática e Física permitiram-lhe avançar em suas investigações astronômicas e criar, inclusive, um telescópio.

John Locke (1632-1704), ao contrário de seu contemporâneo Thomas Hobbes, que era a favor do absolutismo, escreveu o Segundo tratado sobre o governo civil, defendendo a teoria do governo limitado. Para Locke, os homens formavam a sociedade e instituíam um governo para que este lhes garantisse alguns direitos naturais, como o direito à vida, à felicidade, à propriedade, etc. Por isso, caso o governo abusasse do poder, poderia ser substituído. Outra de suas afirmações era que todos os indivíduos nascem iguais, sem valores ou ideias preconcebidas. "1

1 - FILHO, Milton B. B. História Moderna e Contemporânea. São Paulo, Scipione.1993

Iluministas Franceses

As ideias dos pensadores iluministas ingleses encontraram grande aceitação na França do século XVIII, onde atingiram seu auge. Investigando problemas políticos, religiosos e culturais, os franceses procuraram idealizar uma sociedade na qual houvesse liberdade e justiça social.

Dos franceses, Voltaire (1694-1770) foi o maior dos filósofos iluministas e um dos maiores críticos do Antigo Regime e da Igreja. Defendeu a liberdade de pensamento e de expressão.

Como forma de governo, era a favor de uma monarquia esclarecida, na qual o governante fizesse reformas influenciado pelas ideias iluministas.

Outro crítico do Antigo Regime foi Montesquieu (1698-1755), que propunha a divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário, mantendo-se os três em equilíbrio permanente.

Escreveu “O espírito das leis” e “Cartas persas”. Defendeu ainda a posição de que somente as pessoas de boa renda poderiam ter direitos políticos, ou seja, direito de votar e de candidatar-se a cargos públicos.

François Marie Arouet (Voltaire) um dos grandes intelectuais do Iluminismo francês.

Rousseau (17 12-1778), outro pensador francês, distinguiu-se dos demais iluministas por criticar a burguesia e a propriedade privada. Considerava os homens bons por natureza e capazes de viver em harmonia, não fosse alguns terem se apoderado da terra, dando origem à desigualdade e aos conflitos sociais. Propunha um governo no qual o povo participasse politicamente e a vontade da maioria determinasse as decisões políticas. Expôs suas ideias principalmente em duas obras: “O contrato social” e “Discurso sobre a origem da desigualdade.”

As propostas desses e de outros iluministas franceses difundiram-se pela Europa e América em boa parte graças à “Enciclopédia”. Esta volumosa obra, organizada pelos iluministas Diderot e D’Alembert e escrita por grandes pensadores e cientistas, sintetizava o conhecimento e as ideias vigentes na época.

também em relação à economia surgiram ideias novas, que atacavam o mercantilismo e a interferência do Estado na vida econômica. Na França apareceram os fisiocratas (fisio = natureza; cracia = poder), como Quesnay, para quem a riqueza de uma nação provém da agricultura e, portanto, da natureza. A economia seria regulada por leis naturais, sendo desnecessária a intervenção do Estado. O principio “Laissez faire, laissez passer” (Deixe fazer, deixe passar) era defendido pelos fisiocratas, onde pregavam o ideal de liberdade.

Os fisiocratas influenciaram na formação de uma corrente de pensamento chamada liberalismo econômico, da qual fazem parte os ingleses Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo. "1

Capa do primeiro volume da Enciclopédia, editada em 1751

 

O despotismo esclarecido

" No século XVIII desenvolveu-se uma forma de governo que mesclou o absolutismo às ideias iluministas. O chamado despotismo esclarecido surgiu em países da Europa ainda essencialmente agrícolas, como Portugal, Áustria, Prússia e Rússia.

Os soberanos desse países, apoiados na burguesia e em parte da aristocracia, explicavam seu poder absoluto não pala “origem divina”, mas como resultado de necessidades sociais. Governavam em nome da razão e pretendiam construir a prosperidade de seus Estados. Diziam-se servidores da coletividades. Veja no quadro a seguir o nome dos déspotas esclarecidos e suas principais realizações.

  

País

Déspota

Esclarecido

Realizações

Portugal

Marquês

de Pombal - Ministro de D.Jose I (1750 -

1777)

- Aumentou o controle do Estado sobre a economia.

- Incentivou o comércio e as manufaturas.

- expulsou os jesuítas de Portugal e de suas

colônias.

- procurou desenvolver uma educação leiga, sem a influ6encia da Igreja.

Áustria

José II  (1780 - 1790)

- estimulou o desenvolvimento das manufaturas e da agricultura.

- libertou os servos de várias regiões do

país.

- Desenvolveu a educação.

- taxou as propriedades da nobreza e do clero.

Prússia

Frederico

II (1740 - 1780)

- organizou militarmente a Prússia.

expandiu o território do país.

- estimulou o desenvolvimento industrial

incentivou a educação.

Rússia

Catarina,

a Grande  (1763 - 1796)

- incentivou a cultura

- promoveu transformações sociais baseadas nas idéias iluministas.

 

 

ESCRITOS ILUMINISTAS

Os regimes de governo e a divisão de poderes, segundo Montesquieu.

“Existem três espécies de governos: o republicano, o monárquico e o despótico (...) o governo republicano é aquele no qual o povo reunido, ou somente uma parte do povo, tem o poder soberano; a monarquia, aquela na qual um só governa, mas por meio de leis fixas e estabelecidas; enquanto que no despotismo apenas um, sem leis e sem regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho (...).

Existe em cada Estado três tipos de poderes: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem da vontade das gentes e o poder executivo da­quilo que depende do direito civil. Pela primeira, o príncipe ou magistrado faz as leis por um certo tempo ou para sempre, e corrige ou substitui aquelas que estão feitas. Pela segunda, se faz a paz ou a guerra, se enviam ou recebem os embaixadores, se estabelece a segurança, se previnem as invasões. Pela terceira, se punem os crimes ou se julga as diferenças particulares.”

MONTESQUIEU. O Espírito das Leis

A teoria do contrato social em Diderot: o poder político emergindo do consenti­mento da nação.

“O príncipe recebe de seus súditos a autoridade que ele tem sobre eles e esta autoridade é nascida das leis da natureza e do Estado. As leis da natureza e do Estado são as condições às quais eles são submetidos (...). Uma destas condições é que não existe o poder da autoridade sobre eles a não ser pela sua escolha e consentimento e ele não pode jamais empregar esta autoridade para cassar o ato ou contrato pela qual ela lhe foi deferida: ele agirá assim contra ele mesmo, pois que sua autoridade não pode subsistir a não ser pelo título que a estabelece (...). O príncipe não pode pois dispor do seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação.”

DIDEROT. Enciclopédia

A Propriedade como fonte de desigualdade, segundo Rousseau

“O primeiro que cercou um terreno, advertindo: ‘Este é meu’, e encontrando gente muito simples que acreditou, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Que crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que (...) tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Não escutem este impostor; vocês estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, que a terra não é de ninguém’. (...) Desde o instante em que um homem teve necessidade da ajuda de um outro, desde que ele percebeu ser conveniente para um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que passaram a ser regados com o suor dos homens e nos quais vimos então a miséria e a escravidão germinarem e crescerem com a colheita.”

ROUSSEAU, Discursos sobre a origem das desigualdades

As reformas do déspota esclarecido Frederico Guilherme I, da Prússia.

“O Estado mudou quase inteiramente de forma sob Frederico Guilherme: a Corte foi dispensada e as grandes pensões sofreram uma redução (...). Desde o reina­do de Frederico 1 houve grande quantidade de abusos relativos às taxas, que se tornaram arbitrárias. A crise de todo o Estado demandava (. . .). A fim de tornar estes impostos proporcionais, o rei fez medir exatamente todos os campos cultiváveis e restabeleceu a igualdade das contribuições segundo as diferentes categorias de boas ou más terras e, como o preço dos alimentos estava muito alto, ele aumentou também os impostos na proporção destes preços; o que aumentou consideravelmente a renda.”

Revolução Francesa (1789) (texto 03)

A Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de 1789, foi um movimento impulsionado pela burguesia e que contou com uma importante participação dos camponeses e das massas urbanas que viviam na miséria.

Em 14 de julho de 1789, a massa urbana de Paris tomou a prisão da Bastilha desencadeando profundas mudanças no governo francês.

Contexto Histórico

No final do século XVIII, a França era um país agrário, com a produção estruturada no modelo feudal. Para a burguesia e parte da nobreza era preciso acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI, cujo reinado teria arruinado a economia francesa.

Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, a Inglaterra, sua rival, desenvolvia o processo de Revolução Industrial.

Fases da Revolução Francesa

Para fins de estudo dividimos a Revolução Francesa em três fases:

  • Primeira fase (1789-1792): Monarquia Constitucional;
  • Segunda fase (1792-1794): Convenção - 1792/1793 e Terror;
  • Terceira fase (1794-1799): Diretório.

Causas

A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, tinha como objetivo destruir as barreiras que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico.

A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos.

Apesar de ser a classe social economicamente dominante, sua posição política e jurídica era limitada em relação ao Primeiro e ao Segundo Estados.

Iluminismo

O iluminismo surgiu na França, se propagou entre os burgueses e propulsionou o início da Revolução Francesa.

Este movimento intelectual destinava duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero.

Seus autores mais conhecidos foram Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.

Crise Econômica e Política

A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas urgentes e gerava uma grave crise política. Ocorreu uma onda de falências, acompanhada de desempregos e queda de salários, arruinando o comércio nacional.

As crises econômicas se juntaram às políticas, com demissão de ministros que haviam convocado a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos.

Pressionado pela crise, o rei Luís XVI convoca os Estados Gerais, uma assembleia formada pelas três divisões da sociedade francesa:

  • Primeiro Estado - composto pelo clero;
  • Segundo Estado - formado pela nobreza;
  • Terceiro Estado - composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.

O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para que as votações das leis fossem individuais e não por Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia passar normas que os favorecessem.

No entanto, o Primeiro e o Segundo Estado recusaram esta proposta e as votações continuaram a ser realizadas por Estado.

Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero) se separam da Assembleia.

Em seguida, declaram-se representantes da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.

 

Monarquia Constitucional (1789-1792)

No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.

A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era grande.

A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os muitos artigos podemos destacar:

  • o governo foi transformado em monarquia constitucional;
  • o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
  • os deputados teriam mandato de dois anos;
  • o voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima (voto censitário);
  • suprimiu-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
  • confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
  • manteve-se a escravidão nas colônias.

Veja também: Assembleia Nacional Constituinte na Revolução Francesa

O Terror (1792-1794)

Internamente, a crise começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários.

Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas.

Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre.

Foi assim instalada a ditadura jacobina que introduziu novidades na Constituição como:

  • Voto universal e não censitário;
  • fim da escravidão na colônias;
  • congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;
  • instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.

Nessa altura, foram ordenadas a morte, pela guilhotina, de várias pessoas que eram contra a revolução. As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público.

O próprio rei Luís XVI foi morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonieta também foi guilhotinada. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.

A Lei dos Suspeitos aprovava a prisão e a morte cruel dos anti revolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.

Para os ditadores, essas execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos. Essa atitude causava terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania.

Nessa sequência, após ser detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.

 

Diretório (1794-1799)

A fase do Diretório dura cinco anos de 1794-1799 e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia, os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que governavam a França neste momento.

Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito durante sua legislação.

No entanto, a situação era delicada. Os girondinos atraíram a antipatia da população ao revogar o congelamento de preços, por exemplo.

Vários países europeus como a Inglaterra e o Império Austríaco ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio, buscavam organizar-se para restaurar o trono.

Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem e brilhante general Napoleão Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.

Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.

 

Consequências

Napoleão Bonaparte espalhou os ideais da Revolução Francesa através de guerras pela Europa

Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais e econômicas.

A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses do antigos laços que os prendiam aos nobres e ao clero.

Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia, e criou-se um mercado de dimensão nacional.

A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista e mostrou que a população era capaz de condenar um rei.

Igualmente, instalou a separação de poderes e a Constituição, uma herança deixada para várias nações do mundo.

Em 1799, a alta burguesia aliou-se ao general Napoleão Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo.

Sua missão era recuperar a ordem e a estabilidade do país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das manifestações populares.

Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas, conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da Revolução Francesa que teve como protagonista Napoleão Bonaparte.

A independência americana/ Revolução Americana (1775-83) (texto 04)

A independência americana, conhecida também como revolução americana, foi uma transformação radical nas Treze Colônias (na região norte: Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire; e no sul: Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia) que rompeu o pacto colonial com os ingleses e lançou as bases de um sistema democrático fundando a democracia na Época Moderna.

A importância da independência americana está no fato de ter sido a primeira que se colocou contra a metrópole e a primeira revolução influenciada pelos princípios iluministas que triunfou. Pela primeira vez na história da expansão europeia, uma colônia tornava-se independente dos países por meio de um ato revolucionário. E fazia-o não só proclamando no documento histórico aprovado no 4 de Julho o direito à independência e à livre escolha de cada povo e de cada pessoa ("o direito à vida, à liberdade e à procura da felicidade" são definidos como inalienáveis e de origem divina), mas ainda construindo uma federação de estados dotados de uma grande autonomia e aprovando uma constituição política (a primeira da História mundial) onde se consignavam os direitos individuais dos cidadãos, se definiam os limites dos poderes dos diversos estados e do governo federal, e se estabelecia um sistema de equilíbrio entre os poderes legislativo, judiciário e executivo de modo a impedir a supremacia de qualquer deles, além de outras disposições inovadoras. Assim, a importância da independência das colônias inglesas é incontestável. Apesar da estrutura social ter permanecido inalterada (o norte continuou capitalista e no sul a escravidão foi mantida), a Guerra da Independência dos Estados Unidos é considerada uma revolução sim por ter acabado com a estrutura colonial repressiva e ter instituído, através da Constituição de 1787, vigente até hoje, uma república federal, a soberania da nação, e divisão tripartida dos poderes. Além disso, a independência americana teve repercussões importantes na própria Europa, inclusive na Inglaterra, que perdia sua principal área colonial; na França, que anos depois também teria sua grande Revolução, e nos territórios coloniais ibéricos no Novo Mundo, como a Inconfidência Mineira, aqui no Brasil.

A Revolução Americana, como toda revolução, acontece motivada por algumas questões que podem ser diretas e/ou indiretas. Temos, por exemplo, a forma como aconteceu a colonização destes territórios a partir do século XVII através de uma política de negligência salutar, isto é, política de abandono, de pouca interferência, devido ao contexto inglês (guerra civil, rei decapitado, instalação de uma república, conflitos religiosos, etc.), portanto, a Inglaterra não tinha como criar na América uma estrutura de governo muito eficiente. Assim, os colonos das Treze Colônias viverão ao longo do século XVII em relativa liberdade, desde que pagassem os impostos e garantissem a posse do território para a Inglaterra. Devido a este fator de poderem decidir a condução de suas instituições, surgiriam na América inglesa órgãos administrativos próprios, como as assembleias de colonos, que tomavam decisões sobre suas regiões. Além disso, a forma de colonização também foi diferente nas regiões das treze colônias. No norte tivemos a colonização de povoamento, onde as pessoas iriam não com o objetivo de enriquecer e voltar, mas para morar na nova terra numa atitude não predatória, mas preocupada com o desenvolvimento local. As colônias do norte eram de pequena propriedade, do trabalho livre, atividades manufatureiras e com um mercado interno relativamente desenvolvido. Já no sul, tivemos a colonização de exploração, isto é, eram usadas para serem exploradas por um certo tempo para enriquecer a metrópole. As do sul tinham o predomínio do latifúndio, voltado quase que inteiramente à exportação e tinham o trabalho servil e escravo como base. Enfim, a América inglesa gozava de certa autonomia, mas temos um outro acontecimento na Inglaterra que vai interferir nisso, que vai ser a Revolução Industrial. A partir dela, surgiram novas exigências que fizeram aumentar o controle metropolitano, porque o algodão, produzido largamente nas colônias do sul das Treze Colônias, tornava-se uma mercadoria estratégica, pois era a principal matéria-prima da indústria têxtil inglesa, e, a Inglaterra necessitava de ampliação de mercados, e a América inglesa propiciava isto pois sua população de quase 3 milhões de pessoas representava um importante mercado consumidor.

Outro fator que contribuirá para a luta pela independência das treze colônias será a Guerra dos 7 anos, que foi um conflito por disputa de terras entre os colonos anglo-americanos (ingleses) e os colonos franceses, que se iniciou em 1756 no território das Treze Colônias. Os colonos anglo-americanos sustentaram as tropas da Inglaterra e enviaram milhares de homens para lutar. A guerra terminou com a assinatura do Tratado de Paris em 1763. A França foi derrotada, perdendo quase todos os seus territórios norte-americanos para a Inglaterra, como o território do Canadá, por exemplo. Os colonos anglo-americanos acreditaram que poderiam ocupar o território deixado pelos franceses, como recompensa pelo seu papel na vitória inglesa. Mas o rei inglês Jorge III, proibiu a ocupação das regiões entre os Apalaches e Mississípi, pois não desejava causar conflitos com as tribos indígenas da região. Enfim, nenhuma nova exploração ou colonização de territórios poderia ser feita sem a assinatura de tratados com os índios.

Resultantes da Guerra dos 7 anos, temos outras duas questões que serão o estopim para desencadear o sentimento de libertação do pacto colonial: a Inglaterra determinou que o exército inglês, que havia lutado nesta guerra, permanecesse lá e assegurasse a obediência aos interesses ingleses, e, a guerra gerou na Inglaterra uma grande dívida e para pagá-la, ela impôs uma série de novos tributos aos colonos. Além de pagar os gastos da Inglaterra com a guerra (vale destacar que os colonos achavam que a Inglaterra tinha dado pouca ajuda a eles durante a guerra e que portanto a cobrança de impostos seria injusta), os impostos seriam também uma forma de forçar a economia das colônias a irem para baixo, já que ela mostrava sinais de enriquecimento e vigor. Assim, logo após o fim da Guerra, em 1764, temos um dos primeiros novos impostos, criado pela Lei do Açúcar, que taxava a importação de açúcar que não fosse proveniente das Antilhas inglesas.

Em 1765 foi aprovado pelos ingleses um decreto regulamentando a obrigação de abrigar e sustentar tropas inglesas em solo americano (prática que pesava muito sobre as finanças coloniais) e eles também proibiram a abertura de estabelecimentos fabris nas colônias. Ainda nesse ano, foram ainda criadas a Lei do Selo que acrescentou um imposto sobre os selos que eram colocados sobre jornais, documentos legais e oficiais etc. Os colonos protestaram e, um ano depois, a lei foi revogada. No ano de 1767 temos os Atos de Townshend, que procuravam limitar e mesmo impedir que os americanos continuassem suas relações comerciais com outras regiões que não a Inglaterra, pois taxavam a importação de produtos de consumo como chá, vidro, papel, etc., e, a criação de tribunais alfandegários nas colônias, o que causava aumenta dos preços. Para finalizar, em 1773, o Parlamento inglês concedeu o monopólio do comércio do chá na América à Companhia das Índias Orientais, da qual muitas personalidades britânicas possuíam ações, através da Lei do Chá. Essa exclusividade, além de eliminar a liberdade do comércio de chá pelos colonos, significava o aumento dos preços.

Por tudo isto, os colonos vão começar a ter uma resistência pacífica, onde exigiam o direito de eleger representantes para o Parlamento de Londres (para poderem discutir e votar as leis que lhes diziam respeito), passando depois a atos de boicote às mercadorias inglesas. Esta guerra econômica desencadearia motins e forçou o governo inglês a alguns recuos, que contudo não satisfizeram os colonos. O conflito agravou-se com a presença de tropas enviadas para conter os protestos. O primeiro deles foi em março de 1770, em Boston, capital de Massachusetts, chamado de Massacre de Boston. O Massacre de Boston foi um incidente que causou a morte de cinco pessoas pela guarda metropolitana da Inglaterra ao tentar acabar com uma manifestação contra os Atos Townshend. As colônias americanas reagiram violentamente e os soldados ingleses entraram em confronto direto com a população atirando neles sem ordens prévias para o fazer. Outra resistência dos colonos foi a Festa do Chá de Boston (Boston Tea Party), em dezembro do 1773, contra a Lei do Chá. Nesta manifestação, 150 colonos disfarçaram-se de índios peles-vermelhas, assaltaram três navios da Companhia das Índias, que estavam no porto de Boston e lançaram todo o carregamento de chá no mar. A Inglaterra reagiu de imediato, e em 1774, criou um conjunto de leis repressoras que os colonos chamaram de "Leis Intoleráveis". Entre elas, a que determinava o fechamento do porto de Boston até que os prejuízos fossem pagos; a indenização à companhia prejudicada; o julgamento dos envolvidos, na Inglaterra ou em outra colônia; imposição de um novo governador para Massachussets e aquartelamento de tropas britânicas.

Como resposta, em 1774, para organizar a resistência à crescente opressão inglesa, os representantes das colônias americanas, exceto Geórgia, enviaram seus delegados a Filadélfia, num primeiro Congresso Continental em setembro, que a partir daí foi a voz política dos colonos. Seu programa reivindicava o fim das Leis Intoleráveis e boicote aos produtos ingleses. Neste encontro foi redigida uma declaração de direitos, mas o Parlamento britânico não aceitou as reivindicações das colônias. Como contra-resposta, o governo inglês aumentou a repressão aos colonos, como o Ato de Quebec (1774), que impedia que as colônias de Massachussets, Virgínia, Connecticut e Pensilvânia ocupassem as terras à oeste (Canadá). Com isto e outros fatores como o de manter um judiciário forjado com julgamentos simulados e do uso de mercenários para ocupar o território americano, tivemos um aumento dos atritos entre as treze colônias e a metropole, culminando com a eclosão da guerra em 1775 em Lexington e Concord. Em maio de 1776, ocorreu o Segundo Congresso Continental da Filadélfia, reunindo desta vez todas as treze colônias. Nele, muitos defendiam o fim do pacto colonial. Porém, nem todos eram favoráveis ao rompimento com a Inglaterra, e, por isso houve intensos debates. As colônias do sul, de economia mais voltada ao mercado externo, por exemplo, resistiriam mais à idéia de independência pois temiam que uma ruptura com a Inglaterra pudesse significar uma ruptura com sua estrutura econômica. Por fim, predominaram os princípios iluministas, principalmente os de John Locke, como o de direito dos seres humanos à liberdade, vida e felicidade, o do estado como um dos meios para obtê-la, o de o povo derrubar o governo quando ele não garantisse tais direitos etc. Para os colonos, os ingleses não deram ouvidos aos seus pedidos, assim, só restava a ruptura. Assim, no dia 4 de julho, o Congresso aprovou a Declaração de Independência e procedeu-se a constituição de uma tropa regular, o Exército Continental, cujo comando foi confiado ao fazendeiro George Washington. Vale ressaltar que as 13 colônias não se uniram contra a Inglaterra por um sentimento nacional, mas por um sentimento anti-britânico e por interesses econômicos. Também vale ressaltar que além do exército regular, os colonos formaram milícias de cidadãos, e que na guerra de independência teve divisões entre os próprios colonos das treze colônias, portanto não era um movimento unívoco. Assim, teremos os colonos que lutavam pela independência que eram chamados de patriotas, e, os colonos, principalmente do sul, que lutavam pela Inglaterra, e eram chamados de legalistas.

Porém, os ingleses, não queriam perder o controle sobre essas suas ricas colônias, e então resolveu lutar. O curso da guerra pode ser dividido em duas fases a partir de 1775. A primeira fase, de 1775-78, ficou concentrada no norte. Neste período, as tropas coloniais americanas lutaram praticamente sozinhas contras as forças inglesas.

A segunda fase, de 1778-83, desviou as atenções britânicas para o sul, onde grande número de legalistas podiam ser recrutados. Filadélfia foi abandonada (1778) e Washington acampou em West Point a fim de ameaçar os quartéis-generais britânicos em Nova York. Em 1780, os ingleses foram derrotados na batalha naval de Chesapeake e, em 19 de outubro de 1781, o exército inglês, sob o comando de Lord Cornwallis, rendeu-se em Yorktown, Virgínia, terminando efetivamente com as hostilidades. Os britânicos, enfrentaram problemas de carência de provisões, comando desunido, comunicação lenta, população hostil e falta de experiência em combater as táticas de guerrilha das milícias. Ainda nesta fase, os colonos contaram com ajuda militar e financeira da França, da Espanha e das Províncias Unidas (Holanda). Mas qual o interesse desses países em ajudar as colônias da América do Norte? A França desejava recuperar território perdidos na Guerra dos Sete Anos; já a Espanha participou por aliança ao rei Franco. Após intensa luta, a Inglaterra firma o Tratado de Paris, no dia 3 de setembro de 1783, em Paris, quando foi assinado o tratado em que o novo Estado, representados por John Adams, Benjamin Franklin e John Jay, tiveram sua independência aceita e reconhecida, formalmente, pela Inglaterra.

Após a vitória, era necessário decidir como o novo Estado se organizaria. Com a emancipação, os anglo-americanos para garantirem a unidade sem perder a autonomia adotaram a forma federativa de governo. Em 1787, o Congresso da Confederação aprovou a constituição, vigente até hoje, que estabelecia a criação de uma República federal. As ex-colônias, transformadas em estados federados, mantinham a autonomia para cobrar impostos e decidir as questões locais. Á união caberia a política externa, a organização das forças armadas e a defesa da Constituição. O governo foi separado em três poderes - executivo, legislativo e judiciário – que se fiscalizavam evitando o abuso de poder. Ainda a Constituição determinava direito a liberdade; igualdade jurídica; proteção a propriedade privada; voto censitário etc. Entre 1787 e 1790, todas as antigas Treze Colônias aderiram à União. O novo país recebeu o nome de Estados Unidos da América. George Washington, foi eleito o primeiro presidente estadunidense, em 1789.

O novo Estado federal foi resultado de um acordo entre as elites rurais e urbanas, isto é, entre os proprietários de terra, predominantes no sul, e os comerciantes, com maior poder no norte. Os chamados “pais da pátria”, homens que lideraram o processo de formação da República, pertenciam a esses grupos sociais. George Washington era um fazendeiro da Virgínia, assim como Thomas Jefferson, um dos principais autores da Constituição e terceiro presidente dos Estados Unidos. John Adams, segundo presidente do país era um advogado de Boston. Benjamin Flanklin, jornalista e cientista, era filho de um comerciante de Boston. A democracia que eles ajudaram a fundar garantia eleições para a maioria dos cargos de governo, além da liberdade religiosa e de expressão. Contudo, os pobres, as mulheres e principalmente os negros e indígenas ficaram de fora dos direitos constitucionais. O país que se orgulhava de ser a pátria da liberdade mantinha a escravidão em grande parte dos Estados. Os indígenas não tinham direitos e foram progressivamente expulsos de suas terras a oeste dos estados federados. A liberdade era garantida basicamente aos brancos descendentes dos europeus. Enfim, nos EUA tinha uma democracia limitada.

Em suma, podemos chegar a algumas conclusões. A Independência das Trezes Colônias do Norte foram de origem burguesa em busca de liberdade econômica e política. A derrota inglesa e o Tratado de Paris abalaram o expansionismo britânico. Os soldados franceses que lutaram contra os ingleses na América, retornaram para seu país e discordaram do regime absolutista, acontecendo assim a Revolução Americana. Os Estados Unidos serviram como exemplo para os países americanos. Se atingiu alguns dos princípios iluministas, como a soberania popular, a resistência à tirania, o fim do pacto colonial. A independência foi negativa para as populações indígenas, pois houve um aumento da expansão sobre seus territórios.

Atividade Final 1º Bimestre (5,0 pts)

I – Observe o ano e escreva o Século ao lado: (1,0 pt)

a) 1697 -

f) 1301 -

b) 1540 -

g) 1050 -

c) 350 -

h) 1000 -

d) 1750 -

i) 180 -

e) 1900 -

j) 10 -

 

II – Com base na leitura dos textos marque a alternativa correta.

1. As ideias iluministas começaram a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII. Elas refletiram-se em vários campos da atividade e do conhecimento humano. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que apresenta um filósofo deste período, cujo pensamento incentivou, de forma relevante, a Inconfidência Mineira. (0,5 pt)

a) Jean Jacques Rousseau

b) Adam Smith

c) François Quesnay

d) Vicent de Gournay  

e) Nicolau Maquiavel

 

2. O Iluminismo foi um movimento intelectual que chegou ao auge no século XVIII. Ele estabeleceu uma nova mentalidade que, com o passar do tempo, alcançou grande parte da população europeia da época, especialmente a burguesia. Marque a alternativa incorreta sobre as características do Iluminismo. (0,5 pt)

a) Foi na França que o movimento atingiu maior expressão, combatendo o Antigo Regime.

b) Os nobres eram, na visão dos iluministas, aqueles que defendiam a organização de sociedades democráticas.

c) As ideias iluministas chegaram ao continente americano, influenciando as lutas anticoloniais.

d) O Iluminismo defendia o triunfo da razão sobre a ignorância e a superstição.

e) O Iluminismo defendia o anticlericalismo.

 

3. A Revolução Francesa iniciou-se em 1789 e estendeu-se até 1799, quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder da França com o Golpe de 18 de Brumário. Esse acontecimento foi influenciado pelos ideais do: (0,5 pt)

a) Romantismo

b) Iluminismo

c) Socialismo

d) Anarquismo

e) Niilismo

 

4. Grande parte dos acontecimentos e das grandes decisões tomadas durante a Revolução Francesa foram realizados pelo povo, a massa formada principalmente de camponeses. Além do povo, outra classe que teve grande peso com o deflagrar da Revolução e sua condução foi: (0,5 pt)

a) a burguesia.

b) a nobreza.

c) o clero.

d) os vassalos.

e) nenhuma das respostas acima.

 

5. Leis britânicas acirraram as divergências entre colonos americanos e a Coroa inglesa, provocando a luta pela independência. Dentre os objetivos dessas leis, destacam-se: (0,5 pt)

a) aumentar a receita real, impedir o contrabando e o comércio intercolonial e recuperar a Companhia das Índias Orientais.

b) aumentar o consumo de chá e de açúcar na colônia, obrigar o uso de selos nas correspondências e aumentar as exportações da colônia.

c) abolir a escravidão nas colônias, separar juridicamente as Treze Colônias e ajudar a Pensilvânia a anexar terras no Oeste.

d) recuperar Companhia das Índias Ocidentais, abrir o porto de Boston às nações amigas e aumentar as importações da colônia.

e) pagar indenizações à França, devido à derrota inglesa na Guerra dos Sete Anos, revogar os atos Townshend e favorecer os produtores locais de açúcar.

 

6. Leia abaixo o trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos. (1,0 pt)

“Nós, os representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso plenário, tomando o Juiz supremo do mundo como testemunha da retidão de nossas intenções em nome e por delegação do bom povo destas Colônias, afirmamos e declaramos solenemente:
Que estas Colônias Unidas são, e devem ser de direito, Estados Independentes, que elas estão dispensadas de fidelidade à Coroa Britânica, e que todo o vínculo político entre elas e o Estado da Grã-Bretanha está, e deve ser, inteiramente desfeito.”

Declaração Unânime dos Treze Estados Unidos da América. in: APTHEKER, Herbert. Uma nova história dos Estados Unidos: A Revolução Americana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

Essa Declaração Unânime representou a independência das colônias em relação à Coroa britânica e foi redigida:

a) durante a Festa do Chá de Boston, em 1773.

b) durante o Segundo Congresso Continental de Filadélfia, em 1776.

c) durante o Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, em 1774.

d) após o Tratado de Versalhes, que pôs fim à guerra de Independência, em 1783.

 

7. Observe a imagem abaixo: (0,5 pt)

 


Manifestação realizada nas vésperas da Independência dos EUA *

A imagem diz respeito à qual evento que antecedeu e foi um dos impulsionadores do processo de Independência dos Estados Unidos?

a) Guerra dos Sete Anos.

b) Manifestação contra a Lei do Selo.

c) Revolta contra a Lei do Porto de Boston.

d) Comemoração das Leis Intoleráveis.

e) Festa do Chá de Boston.


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