DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSOR: MÁRCIO RUBENS*
TURMAS: MANHÃ, TARDE E NOITE –
2013 / E.E.E.M. SÃO JOSÉ
TURMAS: 2° ANO
Os índios do
Brasil
Na época do Descobrimento quando os portugueses chegaram ao litoral
brasileiro, dando início ao processo de ocupação, perceberam que a região
era ocupada pelos povos nativos. A estes nativos os portugueses deram o
nome de índios, pois acreditavam ter chegado às Índias.
Mesmo após a descoberta de que não estavam nas Índias, e sim em
um território desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim,
ignorando propositalmente as diferenças linguístico-culturais. Desta
maneira era mais fácil tornar todos os nativos iguais e tratá-los também
de forma igual, já que a finalidade era o domínio político, econômico e
religioso.
Ainda que não se tenha um conhecimento exato quanto ao número de sociedades indígenas existentes no Brasil à época da chegada dos europeus, existe estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo, algo em torno de 5 milhões de indivíduos.
O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos índios não terem imunidade natural a estes males, ou, ainda, pela imposição aos índios à nova maneira de viver.
Sem poder enfrentar os portugueses na guerra e não querendo conviver pacificamente com eles, muitos indígenas resolveram fugir para o interior do território, na tentativa de manter seu modo de vida, longe dos invasores. Apesar disso, muitos desses índios acabaram aprisionados e transformados em escravos.
Ainda que não se tenha um conhecimento exato quanto ao número de sociedades indígenas existentes no Brasil à época da chegada dos europeus, existe estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo, algo em torno de 5 milhões de indivíduos.
O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos índios não terem imunidade natural a estes males, ou, ainda, pela imposição aos índios à nova maneira de viver.
Sem poder enfrentar os portugueses na guerra e não querendo conviver pacificamente com eles, muitos indígenas resolveram fugir para o interior do território, na tentativa de manter seu modo de vida, longe dos invasores. Apesar disso, muitos desses índios acabaram aprisionados e transformados em escravos.
A classificação indígena
Os portugueses conheceram primeiro os povos que viviam no litoral. Por
terem traços culturais semelhantes entre si, eles receberam dos colonizadores
uma denominação geral: Tupi ou Tubinambá. Os outros grupos que
tiveram menor contato, como os povos que habitavam o interior do território e
que não falavam a língua que os jesuítas deram o nome de "língua
geral" ou "língua mais usada na costa do Brasil", os portugueses
deram o nome de Tapuia.
Esta classificação foi extremamente importante para o registro das informações sobre os índios produzidas pelos portugueses, franceses e outros europeus. Sem os documentos produzidos pelos colonizadores, as crônicas dos viajantes, a correspondência dos jesuítas e as gramáticas da "língua geral" e de outras línguas, não teríamos como saber sobre os nativos, sua cultura e sua história.
Esta classificação foi extremamente importante para o registro das informações sobre os índios produzidas pelos portugueses, franceses e outros europeus. Sem os documentos produzidos pelos colonizadores, as crônicas dos viajantes, a correspondência dos jesuítas e as gramáticas da "língua geral" e de outras línguas, não teríamos como saber sobre os nativos, sua cultura e sua história.
Sociedades indígenas
À medida que os colonizadores foram explorando o território, perceberam
que essas populações dividiam-se em centenas de povos que falavam línguas
distintas, tinham costumes e hábitos diferentes.
Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes.
Para estudarmos os povos indígenas, estes foram agrupados de acordo com as semelhanças existentes entre suas línguas. Desta forma são reunidos povos com características culturais comuns.
A classificação linguística reconhece a existência de dois troncos principais (tupi e macro-jê) e de outras seis famílias linguísticas de significativa importância (aruak, arawá, karib, maku, tukano e yanomami), além de muitas línguas sem filiação definida, não classificadas ou isoladas.
Atualmente essa população está distribuída em aproximadamente 215 etnias, que falam cerca de 170 línguas diferentes, excluindo-se os índios isolados. Muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português e outros falam o português como sua segunda língua.
Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes.
Para estudarmos os povos indígenas, estes foram agrupados de acordo com as semelhanças existentes entre suas línguas. Desta forma são reunidos povos com características culturais comuns.
A classificação linguística reconhece a existência de dois troncos principais (tupi e macro-jê) e de outras seis famílias linguísticas de significativa importância (aruak, arawá, karib, maku, tukano e yanomami), além de muitas línguas sem filiação definida, não classificadas ou isoladas.
Atualmente essa população está distribuída em aproximadamente 215 etnias, que falam cerca de 170 línguas diferentes, excluindo-se os índios isolados. Muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português e outros falam o português como sua segunda língua.
Aproximadamente 60% da população indígena brasileira vive na região
designada como Amazônia Legal, área esta que engloba nove estados brasileiros
pertencentes à Bacia amazônica e, que possuem em seu território trechos da
Floresta Amazônica, entretanto registra-se a presença de grupos indígenas em
praticamente todos os estados brasileiros. Apenas no Rio Grande do Norte, Piauí
e no Distrito Federal não se encontra grupos indígenas.
Os principais grupos indígenas brasileiros em expressão demográfica são:
Tikuna, Tukano, Macuxi, Yanomami, Guajajara, Terena, Pankaruru, Kayapó,
Kaingang, Guarani, Xavante, Xerente, Nambikwara, Munduruku, Mura, Sateré-Maué,
entre outros.
Grupos indígenas de
destaque:
Tupis:
habitavam
principalmente o litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até o
Amazonas. Ocuparam também trechos do interior do país. Entre as tribos que
formavam esta nação, destacam-se: os tupinambás, os tupiniquins, os mundurucus
e os parintintins.
Jês
ou tapuias: comparado
aos outros grupos, era o que se encontrava no mais atrasado estágio de
desenvolvimento. Dominavam todo o planalto central; na região que corresponde
atualmente ao oeste de Minas Gerais, o Estado de Goiás e do Mato Grosso. Eram
encontradas algumas tribos também no Maranhão e no Piauí. Entre suas principais
tribos destacam-se: timbiras, aimorés, goitacás, cariris, carijós e caiapós.
Aruak:
O grupo Aruak
ocupava uma extensa zona geográfica compreendida em parte do Amazonas e a
ilha de Marajó. Fora do território brasileiro localizavam-se desde a Bolívia
até a costa setentrional da Venezuela, para o Norte chegaram até a
Flórida e para a o Sul atingiram a região do Paraguai. Eram considerados
excelentes navegadores e em estágio bem adiantado de desenvolvimento possuindo
agricultura organizada. As principais tribos Aruak em nosso país eram: aruãs,
parecis, paumaris, cunibos, guanás e terenos.
Karib:
O grupo Karib
destacou-se como o grupo mais violento. Ocupavam a região do baixo Amazonas e
parte do território do Amapá e Roraima. Em razão da prática da antropofagia,
eram chamados canibais. Destacam-se: palmelas, pimenteiras, nauquás, bocairis,
cotos, mariquitares e crixamas.
Organização social
dos índios
Os
costumes dos tupis ou tupinambás são os mais conhecidos em razão dos registros
feitos pelos os jesuítas e os viajantes estrangeiros durante o Período
Colonial. O mesmo, entretanto, não ocorreu com os tapuias, avaliados pelos
colonizadores como o exemplo máximo da barbárie e selvageria.
Os índios vivem em tribos. Organização de um grupo de pessoas ligadas entre si por laços de sangue, com costumes e interesses comuns. Constroem sua aldeia em uma mesma área, falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e união entre si.
Os índios vivem em tribos. Organização de um grupo de pessoas ligadas entre si por laços de sangue, com costumes e interesses comuns. Constroem sua aldeia em uma mesma área, falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e união entre si.
Os Tupis
moravam em malocas. Cada grupo local ou "tribo" tupinambá era
composta de cerca de 6 a 8 malocas. A população dessas tribos girava em torno
de 200 indivíduos, podendo atingir até 600.
As formas
de organização das aldeias indígenas são distintas de um povo para outro.
Algumas tribos preferem construir suas aldeias em forma de ferradura; já outras
optam pela forma circular; outros, ainda, constroem uma única habitação
coletiva.
As tribos
são compostas de unidades menores que recebem o nome de tabas ou aldeias e cada
uma delas formada por um conjunto de ocas.
As ocas localizam-se em torno de uma praça central, a ocara, onde são
realizadas as festas, as danças e as cerimônias religiosas. A taba normalmente
é protegida por uma cerca de troncos chamada caiçara.
O comando da tribo é de responsabilidade do cacique. Na época do descobrimento era o cacique que conduzia os homens à guerra, à pesca e à caça. Era ele que reunia os índios para as decisões dos negócios mais importantes da tribo: declaração de guerra, mudança de aldeia, etc.
O chefe religioso é o pajé. A ele compete realizar as cerimônias religiosas e manter as tradições da tribo. Também exerce as funções de sacerdote, médico e professor.
O comando da tribo é de responsabilidade do cacique. Na época do descobrimento era o cacique que conduzia os homens à guerra, à pesca e à caça. Era ele que reunia os índios para as decisões dos negócios mais importantes da tribo: declaração de guerra, mudança de aldeia, etc.
O chefe religioso é o pajé. A ele compete realizar as cerimônias religiosas e manter as tradições da tribo. Também exerce as funções de sacerdote, médico e professor.
A
economia baseava-se na coleta de raízes e
frutos e também praticavam a caça e a pesca. Algumas tribos conheciam a
agricultura, que era bastante primitiva. Destacava-se principalmente o plantio
do milho, mandioca, amendoim e tabaco.
Em razão da economia da coleta os índios eram nômades desta forma era bastante comum os índios invadirem as terras de outras tribos, o que acabava resultando em guerras.
No período da entressafra, os índios faziam objetos de cerâmica e utensílios para o trabalho. Cada índio costumava ter seus próprios instrumentos de trabalho, como seu arco e suas flechas.
As tarefas eram dividas entre os membros das tribos e, geralmente, obedeciam à seguinte distribuição:
Em razão da economia da coleta os índios eram nômades desta forma era bastante comum os índios invadirem as terras de outras tribos, o que acabava resultando em guerras.
No período da entressafra, os índios faziam objetos de cerâmica e utensílios para o trabalho. Cada índio costumava ter seus próprios instrumentos de trabalho, como seu arco e suas flechas.
As tarefas eram dividas entre os membros das tribos e, geralmente, obedeciam à seguinte distribuição:
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Para deslocarem-se com maior rapidez, os índios utilizavam a navegação nos rios em canoas ou jangadas. As canoas maiores eram chamadas de igaras e as mais velozes de ubás.
Os índios eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, como, por exemplo, Guaraci, o Sol; Jaci, a Lua e Tupã, o raio e o trovão.
Os nativos não possuíam sistema de escrita, no entanto desenhavam figuras de animais, corpos humanos, astros e utensílios.
Entre os tupis, o matrimônio avuncular (tio materno com sobrinha), ou entre primos cruzados, era o mais desejado, entretanto, para casar, o jovem Tupi devia passar por certos testes, o principal deles consistindo em fazer um cativo de guerra para o sacrifício.
Algumas tribos permitem apenas a monogamia, e em outras, a poligamia.
A vida dos grupos locais ou mesmo de "nações" Tupi girava em torno da guerra, da qual faziam parte os rituais antropofágicos. Guerreavam contra grupos locais da mesma nação, entre "nações" e contra os "tapuias".
A guerra e os banquetes antropofágicos reforçavam a união da tribo. Por meio da guerra era praticada a vingança dos familiares mortos, enquanto o ritual antropofágico representava para todos, homens, mulheres e crianças, a lembrança de seus bravos. O dia da execução era uma grande festa.
Nos banquetes antropofágicos, o aprisionado era imobilizado por meio de cordas. Mesmo assim, para mostrar seu espírito guerreiro, precisava enfrentar com bravura os seus inimigos, debatendo-se e anunciando que os seus companheiros logo vingariam a sua morte.
O conhecimento do
índio
Os índios
por viverem sempre em contato com a natureza a conhecem com propriedade. Muitos
destes conhecimentos estão ligados à alimentação. Eles descobriram, por
exemplo, que era possível retirar o veneno da mandioca venenosa, tornando-a
comestível. Criaram também o instrumento para retirar esse veneno: o tipiti, um longo tubo
tecido de fibra vegetal, que é cheio com a mandioca ralada e depois esticado,
fazendo com que todo esse líquido venenoso saia por entre as fibras.
Descobriram também vegetais venenosos que são usados na pesca; dentre eles, o mais conhecido no Brasil é o timbó ou tingui. Quando jogado na água, os peixes começam a boiar e podem ser facilmente apanhados à mão; ele não faz mal a quem come os peixes.
Já o curare, é utilizado na caça. O veneno pode ser sólido, líquido ou pastoso, e cada povo que o utiliza tem sua maneira de fabricá-lo. O curare é utilizado na ponta da flecha e o animal atingido fica paralisado, não consegue respirar e acaba morrendo. O animal envenenado pode ser consumido sem perigo, pois o veneno não é absorvido pelo sistema digestório.
Com o líquido extraído do tronco da seringueira, o látex, alguns índios, especialmente da região Amazônica, fazem bolas e outros objetos. A técnica utilizada pelos nhambiquaras, por exemplo, é a de produzir primeiro uma bola de barro; nessa bola espetam um canudo; depois cobrem a bola com camadas de látex e finalmente, jogam água pelo canudo, assim dissolvem e retirar o barro, em seguida, tiram o canudo e fecham o buraco com látex.
Todo esse conhecimento é fruto da coexistência com a natureza e adquirido, na prática, desde a infância.
Descobriram também vegetais venenosos que são usados na pesca; dentre eles, o mais conhecido no Brasil é o timbó ou tingui. Quando jogado na água, os peixes começam a boiar e podem ser facilmente apanhados à mão; ele não faz mal a quem come os peixes.
Já o curare, é utilizado na caça. O veneno pode ser sólido, líquido ou pastoso, e cada povo que o utiliza tem sua maneira de fabricá-lo. O curare é utilizado na ponta da flecha e o animal atingido fica paralisado, não consegue respirar e acaba morrendo. O animal envenenado pode ser consumido sem perigo, pois o veneno não é absorvido pelo sistema digestório.
Com o líquido extraído do tronco da seringueira, o látex, alguns índios, especialmente da região Amazônica, fazem bolas e outros objetos. A técnica utilizada pelos nhambiquaras, por exemplo, é a de produzir primeiro uma bola de barro; nessa bola espetam um canudo; depois cobrem a bola com camadas de látex e finalmente, jogam água pelo canudo, assim dissolvem e retirar o barro, em seguida, tiram o canudo e fecham o buraco com látex.
Todo esse conhecimento é fruto da coexistência com a natureza e adquirido, na prática, desde a infância.
Alianças com os
colonizadores
Os índios
reagiram de formas distintas à presença dos colonizadores e à chegada de
invasores, como os holandeses e franceses. O apoio indígena foi crucial para a
vitória da colonização portuguesa.
Com este apoio, contudo, as lideranças indígenas tinham seus próprios objetivos: lutar contra seus inimigos tradicionais, que, por sua vez, também se aliavam aos inimigos dos portugueses (franceses e holandeses) por idênticas razões. Alguns exemplos das alianças com os portugueses:
- guerreiros temiminós liderados por Araribóia se aliaram aos portugueses para derrotar os franceses na baía de Guanabara, nos anos 1560, que recebiam apoio dos Tamoios.
- chefe tupiniquim Tibiriçá, valioso para o avanço português na região de São Vicente e no planalto de Piratininga. Combatia rivais da própria "nação" Tupiniquim e os "tapuias" Guaianá, além de escravizar os Carijós para os portugueses.
- o chefe potiguar Zorobabé, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Aliou-se aos franceses, em fins do século XVI, e aos portugueses, tendo sido recrutado para combater os Aymoré na Bahia e até para reprimir os nascentes quilombos de escravos africanos.
- o potiguar Felipe Camarão, a mais notável líder indígena no contexto das guerras pernambucanas contra os holandeses no século XVII. Camarão combateu os flamengos, os tapuias e os próprios potiguares que, ao contrário dele, passaram para o lado holandês, recebendo por isso o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, o privilégio de ser chamado de "Dom" e pensões régias, entre outros privilégios. Diversas lideranças pró-lusitanas receberiam antes e depois de Camarão privilégios similares, criando-se no Brasil autênticas linhagens de chefes indígenas condecorados pela Coroa por sua lealdade a Portugal.
Com este apoio, contudo, as lideranças indígenas tinham seus próprios objetivos: lutar contra seus inimigos tradicionais, que, por sua vez, também se aliavam aos inimigos dos portugueses (franceses e holandeses) por idênticas razões. Alguns exemplos das alianças com os portugueses:
- guerreiros temiminós liderados por Araribóia se aliaram aos portugueses para derrotar os franceses na baía de Guanabara, nos anos 1560, que recebiam apoio dos Tamoios.
- chefe tupiniquim Tibiriçá, valioso para o avanço português na região de São Vicente e no planalto de Piratininga. Combatia rivais da própria "nação" Tupiniquim e os "tapuias" Guaianá, além de escravizar os Carijós para os portugueses.
- o chefe potiguar Zorobabé, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Aliou-se aos franceses, em fins do século XVI, e aos portugueses, tendo sido recrutado para combater os Aymoré na Bahia e até para reprimir os nascentes quilombos de escravos africanos.
- o potiguar Felipe Camarão, a mais notável líder indígena no contexto das guerras pernambucanas contra os holandeses no século XVII. Camarão combateu os flamengos, os tapuias e os próprios potiguares que, ao contrário dele, passaram para o lado holandês, recebendo por isso o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, o privilégio de ser chamado de "Dom" e pensões régias, entre outros privilégios. Diversas lideranças pró-lusitanas receberiam antes e depois de Camarão privilégios similares, criando-se no Brasil autênticas linhagens de chefes indígenas condecorados pela Coroa por sua lealdade a Portugal.
Resistência aos
colonizadores
Alguns
grupos moveram inúmeros ataques aos núcleos de povoamento portugueses. Entre
estes, os Aymoré, depois chamados de Botocudos, foram um constante flagelo para
os colonizadores durante o século XVI, na Bahia.
Entre os episódios célebres de resistência ou represália, ficaram registrados:
- o do donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, devorado pelos Tupiniquins, em 1547;
- o do jesuíta Pero Correa, devorado pelos Carijós, na região de São Vicente, em 1554;
- o do primeiro bispo do Brasil, D.Pedro Fernandes Sardinha, em 1556, devorado pelos Caetés, após naufragar no litoral nordestino.
Alianças com invasores contra os colonizadores também ocorreram. Nações inteiras escolheram por se aliarem aos inimigos dos portugueses.
- os Tamoio, no Rio de Janeiro, fortes aliados dos franceses nas guerras dos anos 1550-60;
- os Potiguar, boa parte deles combateu com os franceses durante algum tempo na Paraíba e atual Rio Grande do Norte, e por ocasião das invasões holandesas em Pernambuco, onde forneceram assistência aos flamengos, tornando célebre lideranças como a de Pedro Poti e de Antônio Paraupaba.
Entre os episódios célebres de resistência ou represália, ficaram registrados:
- o do donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, devorado pelos Tupiniquins, em 1547;
- o do jesuíta Pero Correa, devorado pelos Carijós, na região de São Vicente, em 1554;
- o do primeiro bispo do Brasil, D.Pedro Fernandes Sardinha, em 1556, devorado pelos Caetés, após naufragar no litoral nordestino.
Alianças com invasores contra os colonizadores também ocorreram. Nações inteiras escolheram por se aliarem aos inimigos dos portugueses.
- os Tamoio, no Rio de Janeiro, fortes aliados dos franceses nas guerras dos anos 1550-60;
- os Potiguar, boa parte deles combateu com os franceses durante algum tempo na Paraíba e atual Rio Grande do Norte, e por ocasião das invasões holandesas em Pernambuco, onde forneceram assistência aos flamengos, tornando célebre lideranças como a de Pedro Poti e de Antônio Paraupaba.
Índios isolados
Alguns
povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de
todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais
de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura
incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos
indígenas.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de conseguirem sobreviver escondendo-se para sempre.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. No entanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de conseguirem sobreviver escondendo-se para sempre.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. No entanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Política indigenista
As
barreiras à escravização dos índios datam do início da colonização, 1530, mas o
cativeiro indígena foi mais tenazmente combatido somente com a chegada dos
jesuítas, em 1549, e a implantação do sistema de aldeamento. Neste combate os
jesuítas contaram com o apoio da Coroa.
No quadro abaixo podemos acompanhar, a partir do século XVI, as principais medidas de proteção aos índios.
No quadro abaixo podemos acompanhar, a partir do século XVI, as principais medidas de proteção aos índios.
1570
|
Primeira
lei contra o cativeiro indígena
|
Esta lei
só permitia a escravização dos indígenas com a alegação de "guerra
justa"
|
1609
|
Lei que
reafirmou a liberdade dos índios do Brasil
|
Importante
lei que tentou garantir novamente a liberdade dos índios, ameaçada pelos
interesses dos colonos
|
1686
|
Decretação
do "Regimento das Missões"
|
Estabeleceu
a base de regulamentação do trabalho missionário e do fornecimento de mão-de-obra
indígena no Estado do Maranhão e Grão-Pará
|
1755
|
Aprovado
o Directorio, que visava, através de medidas específicas, a integração do
índio na vida da colônia.
|
Proibia
definitivamente a escravidão indígena
|
1758
|
Fim da
escravidão indígena: Directorio foi estendido a toda a América Portuguesa.
|
Secularização
da administração dos aldeamentos indígenas: abolida escravidão, a tutela das
ordens religiosas das aldeias e proclamados os nativos, vassalos da Coroa.
|
1798
|
Abolido
o Directorio
|
O
espírito "integrador" desse Directorio conservaria a sua força na
legislação do Império Brasileiro
|
1845
|
Aprovado
o Regulamento das Missões
|
Renova o
objetivo do Directorio, e visava, portanto, a "completa assimilação dos
índios"
|
1910
|
Criação
do Serviço de Proteção aos Índios - SPI
|
O Estado
republicano tutelou os indígenas
|
1952
|
Rondon
criou o projeto do Parque Nacional do Xingu
|
Objetivo
era criar uma área de proteção aos indígenas
|
1967
|
Criação
da Fundação Nacional do Índio - FUNAI
|
Substituiu
o extinto SPI na administração das questões indígenas
|
1979
|
Criação
da União das Nações Indígenas
|
Primeira
tentativa de defesa da cultura indígena, importante para a consagração dos
direitos dos índios na Constituição de 1988
|
Os primeiros trinta
anos
Em primeiro
lugar, é importante saber que o Brasil, no decorrer de sua História, passou
sucessivamente por três períodos políticos:
colonial:
inicia-se com o
Descobrimento, por parte do navegador português Pedro Álvares Cabral. Nesse
período, o Brasil era dependente da política portuguesa, isto é, todas as
decisões relativas ao nosso país vinham da nossa Metrópole: Portugal. Esse
período termina com a proclamação da Independência, em 7 de setembro de
1822.
monárquico:
após a
independência, foi adotada a forma monárquica de governo. Entre 1822 e 1831
temos o Primeiro
Reinado, com o governo de D. Pedro I; a partir dessa data até
1840, o Período
Regencial, devido à menoridade de D. Pedro de Alcântara; daí
até 1889, o Segundo
Reinado, exercido por D. Pedro II.
republicano: inicia-se com a proclamação da
República pelo marechal Deodoro da Fonseca e vem até os dias atuais. O período
republicano também pode ser dividido em fases: a República Velha (1889
– 1930), o período de
Getúlio Vargas (1930 – 1945) e a República Nova (de
1945 em diante).
Do longo
período colonial, veremos agora os primeiros trinta anos, que receberam a
denominação de Período
Pré-Colonial, isto é, anterior ao processo de colonização.
Deve-se
isto ao fato de Portugal, mais interessado no lucrativo comércio de especiarias
asiáticas, dar um mínimo de atenção à nova colônia, que foi, assim, objeto de
um tratamento secundário. Apenas expedições de reconhecimento e defesa eram
enviadas e por vezes estabeleciam feitorias no litoral.
Colonizar
significa mais do que isso: envolve povoamento, organização da economia e da
administração da colônia.
As expedições
O primeiro
tipo de expedições que Portugal enviou ao Brasil tinha por finalidade
reconhecer o litoral da nova terra descoberta, sendo, por isso, denominadas expedições exploradoras.
Primeira Expedição
(1501)
Com o
objetivo de fazer uma exploração geográfica da terra, em 1501 foi enviada a
primeira expedição, comandada por Gaspar de Lemos e contando com a participação
de Américo Vespúcio. Tocou o Brasil na altura do Rio Grande do Norte e,
costeando o país denominou uma série de acidentes geográficos: Cabo de São
Roque, Cabo de Santo Agostinho, Rio São Francisco, Baía de Todos os Santos, Rio
de Janeiro, entre outros.
O arrendamento (1502)
As
perspectivas de aproveitamento econômico do Brasil não eram boas. Ausentes as
especiarias, o ouro e a prata, um único produto despertou o interesse, o
pau-brasil, útil à indústria de tintas. Desde o início, sua exploração foi
considerada monopólio real, mas em 1502 Portugal resolveu arrendar sua extração
a mercadores de Lisboa, os cristãos-novos.
O prazo de
arrendamento era de três anos. Constava do contrato a obrigatoriedade do
arrendatário de enviar anualmente uma expedição de seis navios, a fim de
explorar 300 léguas da costa e estabelecer feitorias fortificadas. No ano
seguinte, Fernão de Noronha assinou o contrato e arrendamento.
Segunda Expedição
(1503)
Uma nova
expedição exploradora foi organizada em 1503, sob o comando de Gonçalo Coelho.
Américo Vespúcio, que já havia participado da expedição anterior, era o
comandante de uma das embarcações.
Tocaram o
Brasil na Ilha de São João, que mais tarde foi chamada de Fernão de Noronha.
Ali a nau capitânia naufragou e a expedição se dividiu. Américo Vespúcio viajou
rumo ao Sul, fundando uma feitoria e um forte em Cabo Frio.
Organizou
a primeira entrada ao interior do Brasil. Depois de alguns meses, carregou seus
navios de madeira pau-brasil e regressou a Lisboa.
Gonçalo
Coelho, ao que tudo indica, também atingiu o Rio de Janeiro, regressando,
em seguida, a Portugal.
Pau-brasil
A fim de
não deixar o Brasil totalmente abandonado, Portugal iniciou a exploração
de vários produtos naturais da colônia: madeira, especiarias, sementes, ervas
medicinais, alguns animais, etc. Esses produtos eram muitas vezes obtidos dos
índios em troca de alguns presentes: colares, pentes, machados. De todos os
produtos naturais, o que mais significado teve foi o pau-brasil. Contudo, sua
exploração não representou atividade marcante na história da colônia,
pois não provocou a colonização da terra, nem a fixação de povoamentos.
Sua
procura se deve ao fato de extraírem dele uma tinta de cor vermelha, muito
usada como corante na indústria de tecidos.
A
exploração desse produto era rudimentar e predatória. A madeira era cortada
pelos índios e empilhada nas praias em grandes armazéns. Os navios que aqui
chegavam levavam-na para a Europa.
As
florestas litorâneas de pau-brasil se estendiam do Rio Grande do Norte ao Rio
de Janeiro, sendo que Pernambuco, Porto Seguro e Cabo Frio eram as regiões de
maior concentração do produto.
O
pau-brasil só podia ser explorado com a autorização do rei de Portugal. Por
isso se diz que o pau-brasil era monopólio
(link dicionário) do rei.
Esse
privilégio era dado pelo rei, que, em troca, ficava com boa parte dos lucros.
A extração
do pau-brasil foi realizada em diversas partes do território. Quando o
pau-brasil acabava num lugar os comerciantes passavam a explorá-lo em outro e,
assim, iam derrubando as florestas. Como essa atividade não exigia que os
europeus se fixassem na América, nos primeiros trinta anos não foram
construídos povoados, apenas construções fortificadas chamadas feitorias, em alguns
pontos do litoral, para defesa e armazenamento do pau-brasil ou de outras
mercadorias retiradas da terra.
As
notícias sobre a grande quantidade de pau-brasil existente no litoral, passaram
a atrair outros países europeus. Em especial a França que, sentindo-se
prejudicada pelos termos do Tratado de Tordesilhas, não reconhecia sua
validade. O governo francês, então, patrocinou grupos de corsários que começaram a
percorrer a "costa do pau-brasil", negociando a extração da madeira
diretamente com os índios, por meio do escambo.
Em conseqüência da pressão exercida pelas freqüentes incursões de franceses e de outros europeus às suas terras, a Coroa portuguesa organizou expedições, chamadas "guarda-costas", para expulsar os corsários.
Em conseqüência da pressão exercida pelas freqüentes incursões de franceses e de outros europeus às suas terras, a Coroa portuguesa organizou expedições, chamadas "guarda-costas", para expulsar os corsários.
A primeira
ocorreu em 1516 e, a segunda, em 1526. Cristóvão Jacques comandou as duas
expedições guarda-costas organizadas pela Coroa.
Ambas
mostraram-se insuficientes para combater o contrabando e a constante ameaça de
ocupação estrangeira, diante da vasta extensão do litoral. O historiador
brasileiro Capistrano de Abreu ressaltou outra grande dificuldade: as alianças
feitas entre os europeus e os indígenas. Os Tupinambás se aliavam, com
freqüência, aos franceses e os portugueses tinham ao seu lado os Tupiniquins.
E, segundo Capistrano, "durante anos ficou indeciso se o Brasil ficaria
pertencendo aos Peró (portugueses) ou aos Mair (franceses)."
Entretanto,
a existência de sobreviventes de naufrágios, degredados
e desterrados portugueses no Brasil, além de favorecer o contato com os índios,
facilitou a defesa e a ocupação da terra. Esses homens, que teriam chegado com
as primeiras viagens e permanecido pelas mais diversas razões, já estavam
adaptados às condições físicas e sociais do território e ao modo indígena de
viver. Alguns deles sucumbiram ao meio, a ponto de furar lábios e orelhas,
matar prisioneiros segundo os ritos nativos,
e alimentar-se de sua carne. Acreditavam nos mitos existentes, incorporando-os
à sua maneira de viver, como é o caso daquele homem que passou a se julgar um
tamanduá. Enfurnava-se, de quatro, em todos os buracos, à cata de formigas, seu
alimento predileto. Outros, ao contrário, revoltaram-se e impuseram sua
vontade, como o bacharel de Cananéia. Havia, ainda, tipos intermediários, que
conviviam com os nativos e com eles estabeleciam laços familiares. Casavam e
tinham filhos com as índias, constituindo, na maioria das vezes, numerosa
família, composta de várias mulheres e de um grande número de filhos mamelucos (link dicionário)
A Colonização
Acidental
Dentre os
inúmeros homens que viviam no Brasil destacaram-se Diogo Álvares Correa, o Caramuru, e João Ramalho.
Caramuru, desde o seu naufrágio, em 1510, até a sua morte, em 1557, viveu na
Bahia, sendo muito respeitado pelos Tupinambás. Tinha várias mulheres
indígenas, entre elas Paraguaçu, filha do principal chefe guerreiro da região.
Com ela teve muitos filhos e filhas, das quais duas se casaram com espanhóis,
moradores da mesma região. João Ramalho, por sua vez, não se sabe se era
náufrago, degredado, desertor ou aventureiro. Desde 1508 convivia com os índios
Guaianá, na região de São Vicente. Casou-se com Bartira, filha do maior chefe
guerreiro da região. Tiveram vários filhos e filhas, as quais se casaram com
homens importantes.
Caramuru e
João Ramalho possuíam algumas características em comum: muitas concubinas,
muitos filhos, poder e autoridade entre os indígenas. Protegiam os europeus que
chegavam em busca de riquezas e, com eles, realizavam negócios. Também
socorriam os que naufragavam em seus domínios, fornecendo-lhes escravos,
alimentação, informação, pequenas embarcações e guarida. Em troca, recebiam
armamentos, moedas de ouro, vestimentas e notícias sobre o mundo europeu.
Graças à obediência que os índios lhes tinham, os expedicionários portugueses
foram recebidos de forma hospitaleira, e obtiveram importantes informações sobre
a terra.
Caramuru e
João Ramalho integram um grupo de homens fundamentais na colonização do Brasil.
Além de participarem ativamente nesse processo, ainda que de forma acidental,
prepararam e facilitaram o estabelecimento da colonização oficial das terras
portuguesas na América. A Coroa, reconhecendo o importante papel desses homens,
atribuiu-lhes funções oficiais. João Ramalho, por exemplo, em 1553, foi nomeado
capitão da vila de Santo André por Tomé de Sousa, o primeiro governador geral
do Brasil.
Os
jesuítas procuravam também se aproveitar do relacionamento desses homens com os
indígenas, para concretizar a missão evangelizadora que lhes cabia. Para eles,
esses portugueses aventureiros representavam a afirmação integradora dos dois
mundos: o bárbaro, dos índios, e o civilizado, dos europeus.
Neste período de colonização acidental, inúmeras feitorias se estabeleciam em diferentes pontos do litoral. Alianças eram firmadas e os contatos entre portugueses e índios tornavam-se mais sistemáticos e freqüentes. Estas estratégias, entretanto, não se mostravam suficientes para assegurar a Portugal o domínio sobre suas terras. Não garantiam uma forma efetiva de ocupação do litoral, em toda a sua extensão.
O rei
francês, Francisco I, insatisfeito com a situação, resolveu contestar o monopólio ibérico sobre as
terras do novo mundo, legitimado pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. A Coroa
francesa pretendia estabelecer o princípio do Uti Possidetis, pelo qual só a
ocupação efetiva do lugar assegurava sua posse.
Para
solucionar esta questão de forma definitiva, a Coroa portuguesa estabeleceu uma
política de colonização efetiva do Brasil. Dois fatos concorreram para esta
decisão. Um deles foi o declínio do comércio do Oriente, cujos investimentos
passaram a pesar bastante na economia portuguesa. Os lucros ficavam em grande
parte com os financiadores de Flandres, atual Bélgica. O outro fato a influir
foi a notícia da descoberta, pelos espanhóis, de metais preciosos nas suas
terras americanas. Tal notícia estimulou o interesse dos portugueses pelo novo
território, reforçando a idéia de um "eldorado" promissor para os
negócios de Portugal.
A Expedição de Martim
Afonso de Sousa (1530-1532)
Em 1530,
com o propósito de realizar uma política de colonização efetiva, Dom João III,
"O Colonizador", organizou uma expedição ao Brasil. A esquadra de
cinco embarcações, bem armada e aparelhada, reunia quatrocentos colonos e
tripulantes. Comandada por Martim Afonso de Sousa, tinha uma tríplice missão:
combater os traficantes franceses, penetrar nas terras na direção do Rio da
Prata para procurar metais preciosos e, ainda, estabelecer núcleos de
povoamento no litoral. Portanto, iniciar o povoamento do "grande
desertão", as terras brasileiras. Para isto traziam ferramentas, sementes,
mudas de plantas e animais domésticos.
Martim
Afonso possuía amplos poderes. Designado capitão - mor da esquadra e do
território descoberto, deveria fundar núcleos de povoamento, exercer justiça
civil e criminal, tomar posse das terras em nome do rei, nomear funcionários e
distribuir sesmarias.
Durante
dois anos o Capitão percorreu o litoral, armazenando importantes conhecimentos
geográficos. Ao chegar ao litoral pernambucano, em 1531, conseguiu tomar três
naus francesas carregadas de pau-brasil. Dali dirigiu-se para o sul da região,
indo até a foz do Rio da Prata. Fundou a primeira vila da América portuguesa:
São Vicente, localizada no litoral paulista. Ali distribuiu lotes de terras aos
novos habitantes, além de dar início à plantação de cana-de-açúcar. Montou o
primeiro engenho da Colônia, o "Engenho do Governador", situado no
centro da ilha de São Vicente, região do atual estado de São Paulo.
Diogo
Álvares Correa, o Caramuru,
João Ramalho e Antônio Rodrigues facilitaram bastante a missão colonizadora da
expedição de Martim Afonso. Eram intérpretes junto aos índios e forneciam
valiosas informações sobre a terra e seus habitantes. Antes de retornar a
Portugal, ainda em 1532, o Capitão recebeu carta do rei Dom João III. Este
falava de sua intenção de implantar o sistema de capitanias hereditárias (link para anexo)e de
designar Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes de Sousa como donatários.
Enquanto
Portugal reorganizava sua política para estabelecer uma ocupação efetiva no
litoral brasileiro, os espanhóis impunham sua conquista na América, chegando
quase à exterminação dos grupos indígenas: os astecas, no atual México, os
maias, na América Central e os incas, no atual Peru.
Disponível no blog do
professor:
http://marciorubensgomes.blogspot.com.br/
Administração
portuguesa e igreja católica
As
capitanias foram uma forma de administração territorial do império português
uma vez que a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e
exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de
terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas
atlânticas. No Brasil este sistema ficou conhecido como capitanias
hereditárias, tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial,
do início do século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de hereditariedade
foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759 (a hereditariedade foi abolida, mas
a denominação capitania não).
Essas capitanias penas acontecia, quando era nomeado um donatário, ele era a autoridade máxima dentro da capitania, era um cargo passado a descendentes, apos sua morte.
Os vínculos jurídico que o donatário havia com o rei de Portugal era estabelecido em dois documentos. Carta de Doação, que conferia a posse, e a Carta Foral que determinava direitos e deveres.
Carta de doação-
Pela primeira, o donatário recebia a posse da terra, podendo transmiti-la aos filhos, mas não vendê-la. Recebia também uma sesmaria de dez léguas de costa. Devia fundar vilas, distribuir terras a quem desejasse cultivá-las, construir engenhos. O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres. Adquiria alguns direitos: isenção de taxas, venda de escravos índios e recebimento de parte das rendas devidas à Coroa. Podia escravizar os indígenas, obrigando-os a trabalhar na lavoura ou enviá-los como escravos a Portugal até o limite de 30 por ano.
Carta foral-
tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos, deveriam enviar até 30 índios escravizados à Portugal, por meio da guerra justa, pegar aqueles índios considerados inimigos e obriga-los a trabalhar nas lavouras.
Essas capitanias penas acontecia, quando era nomeado um donatário, ele era a autoridade máxima dentro da capitania, era um cargo passado a descendentes, apos sua morte.
Os vínculos jurídico que o donatário havia com o rei de Portugal era estabelecido em dois documentos. Carta de Doação, que conferia a posse, e a Carta Foral que determinava direitos e deveres.
Carta de doação-
Pela primeira, o donatário recebia a posse da terra, podendo transmiti-la aos filhos, mas não vendê-la. Recebia também uma sesmaria de dez léguas de costa. Devia fundar vilas, distribuir terras a quem desejasse cultivá-las, construir engenhos. O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres. Adquiria alguns direitos: isenção de taxas, venda de escravos índios e recebimento de parte das rendas devidas à Coroa. Podia escravizar os indígenas, obrigando-os a trabalhar na lavoura ou enviá-los como escravos a Portugal até o limite de 30 por ano.
Carta foral-
tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos, deveriam enviar até 30 índios escravizados à Portugal, por meio da guerra justa, pegar aqueles índios considerados inimigos e obriga-los a trabalhar nas lavouras.
Capitanias
Hereditárias:
É
costume afirmar-se que o sistema de capitanias hereditárias fracassou no
Brasil, diante da constatação de que apenas a Capitania de Pernambuco e a de
São Vicente lograram alcançar relativa prosperidade nas décadas seguintes. Em
ambas, havia prosperado a lavoura de cana-de-açúcar e, apesar dos problemas
comuns às demais capitanias, os respectivos donatários, Duarte Coelho e os
representantes de Martim Afonso de Sousa, conseguiram manter os seus colonos e
estabelecer alianças com os indígenas.
O insucesso das demais, certamente atrasou o desenvolvimento da terra. As dificuldades eram maiores do que os donatários podiam calcular. Muitos donatários nem chegaram a tomar posse das suas terras. Entre as causas para tal, relacionam-se:
• a difícil a adaptação às condições climáticas e a um tipo de vida diferente do existente na Europa;
• o alto custo do investimento, que não trazia um retorno imediato;
• a falta de recursos humanos, por parte dos donatários, para desenvolver os lotes;
• os ataques das tribos indígenas e de corsários estrangeiros, assim como as disputas internas e dificuldades na aplicação da Justiça;
• a falta de comunicação e de articulação entre as diversas capitanias pelas enormes distâncias entre si, e entre elas e a metrópole;
• a ausência de uma autoridade central (governo) que amparasse localmente as Capitanias, referente à economia, justiça e segurança.
• a falsa ideia de que os índios praticavam antropofagia (canibalismo).
Mesmo assim, o sistema de capitanias cumpriu os objetivos ao preservar a posse da terra para Portugal.
Com a finalidade de "dar favor e ajuda" aos donatários e centralizar administrativamente a organização da Colônia, o rei de Portugal resolveu criar, em 1548, o Governo Geral.
Um Regimento instituiu o Governo Geral. O documento detalhava as funções do novo representante do governo português na Colônia. O governador geral passou a assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. A partir de 1720 os governadores receberam o título de vice-rei. O Governo Geral permaneceu até a vinda da família real para o Brasil, em 1808.
Tomé de Sousa, o primeiro governador do Brasil, chegou em 1549 e fundou a cidade de Salvador, a primeira da Colônia. Trouxe três ajudantes para ocupar os cargos de: provedor - mor, encarregado das finanças; ouvidor - geral, a maior autoridade da justiça; e o de capitão - mor da costa, encarregado da defesa do litoral. Vieram também padres jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega, encarregados da catequese dos indígenas e de consolidar, através da fé, o domínio do território pela Coroa portuguesa.
O controle da aplicação da justiça e a expansão da fé cristã, ações atribuídas ao Governo Geral, eram expressivas em relação ao momento pelo qual passavam as monarquias europeias: o absolutismo e os movimentos decorrentes do surgimento do protestantismo.
Em 1551, no governo de Tomé de Sousa, foi criado o 1º Bispado do Brasil com sede na capitania real, sendo nomeado bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Foram também instaladas as Câmaras Municipais, compostas pelos "homens bons": donos de terras, membros das milícias e do clero. Nesse período ainda foi introduzida, nessa capitania, a criação de gado e instalados engenhos. Com essas medidas o governo português pretendia reafirmar a soberania e a autoridade da Metrópole, e consolidar o processo de colonização.
Foi ainda no período do governo de Tomé de Sousa que chegou ao Brasil um considerável número de artesãos. De início trabalharam na construção da cidade de Salvador e, depois, na instalação de engenhos na região. Eles eram mão - de - obra especializada tão necessária na Colônia que a Coroa lhes ofereceu, caso viessem para o Brasil, isenção de pagamento do dízimo pelo mesmo prazo dado aos colonos.
Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553 - 1557) e Mem de Sá (1557 - 1572), reforçaram a defesa das capitanias, fizeram explorações de reconhecimento da terra e tomaram outras medidas no sentido de reafirmar e garantir a colonização. Mas enfrentaram grandes dificuldades: choques com índios e com invasores, especialmente os franceses; conflitos com o bispo, e com os próprios jesuítas que se opunham à escravidão indígena, e entre antigos e novos colonos.
Administração colonial
O insucesso das demais, certamente atrasou o desenvolvimento da terra. As dificuldades eram maiores do que os donatários podiam calcular. Muitos donatários nem chegaram a tomar posse das suas terras. Entre as causas para tal, relacionam-se:
• a difícil a adaptação às condições climáticas e a um tipo de vida diferente do existente na Europa;
• o alto custo do investimento, que não trazia um retorno imediato;
• a falta de recursos humanos, por parte dos donatários, para desenvolver os lotes;
• os ataques das tribos indígenas e de corsários estrangeiros, assim como as disputas internas e dificuldades na aplicação da Justiça;
• a falta de comunicação e de articulação entre as diversas capitanias pelas enormes distâncias entre si, e entre elas e a metrópole;
• a ausência de uma autoridade central (governo) que amparasse localmente as Capitanias, referente à economia, justiça e segurança.
• a falsa ideia de que os índios praticavam antropofagia (canibalismo).
Mesmo assim, o sistema de capitanias cumpriu os objetivos ao preservar a posse da terra para Portugal.
Com a finalidade de "dar favor e ajuda" aos donatários e centralizar administrativamente a organização da Colônia, o rei de Portugal resolveu criar, em 1548, o Governo Geral.
Um Regimento instituiu o Governo Geral. O documento detalhava as funções do novo representante do governo português na Colônia. O governador geral passou a assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. A partir de 1720 os governadores receberam o título de vice-rei. O Governo Geral permaneceu até a vinda da família real para o Brasil, em 1808.
Tomé de Sousa, o primeiro governador do Brasil, chegou em 1549 e fundou a cidade de Salvador, a primeira da Colônia. Trouxe três ajudantes para ocupar os cargos de: provedor - mor, encarregado das finanças; ouvidor - geral, a maior autoridade da justiça; e o de capitão - mor da costa, encarregado da defesa do litoral. Vieram também padres jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega, encarregados da catequese dos indígenas e de consolidar, através da fé, o domínio do território pela Coroa portuguesa.
O controle da aplicação da justiça e a expansão da fé cristã, ações atribuídas ao Governo Geral, eram expressivas em relação ao momento pelo qual passavam as monarquias europeias: o absolutismo e os movimentos decorrentes do surgimento do protestantismo.
Em 1551, no governo de Tomé de Sousa, foi criado o 1º Bispado do Brasil com sede na capitania real, sendo nomeado bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Foram também instaladas as Câmaras Municipais, compostas pelos "homens bons": donos de terras, membros das milícias e do clero. Nesse período ainda foi introduzida, nessa capitania, a criação de gado e instalados engenhos. Com essas medidas o governo português pretendia reafirmar a soberania e a autoridade da Metrópole, e consolidar o processo de colonização.
Foi ainda no período do governo de Tomé de Sousa que chegou ao Brasil um considerável número de artesãos. De início trabalharam na construção da cidade de Salvador e, depois, na instalação de engenhos na região. Eles eram mão - de - obra especializada tão necessária na Colônia que a Coroa lhes ofereceu, caso viessem para o Brasil, isenção de pagamento do dízimo pelo mesmo prazo dado aos colonos.
Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553 - 1557) e Mem de Sá (1557 - 1572), reforçaram a defesa das capitanias, fizeram explorações de reconhecimento da terra e tomaram outras medidas no sentido de reafirmar e garantir a colonização. Mas enfrentaram grandes dificuldades: choques com índios e com invasores, especialmente os franceses; conflitos com o bispo, e com os próprios jesuítas que se opunham à escravidão indígena, e entre antigos e novos colonos.
Administração colonial
Após a
tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias, a coroa
portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como forma de centralizar a
administração, tendo mais controle da colônia. As capitanias hereditárias
fracassadas foram transformadas em capitanias gerais.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também
começavam a existir câmaras municipais, órgãos políticos compostos pelos
"homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os
rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida
pública nesta fase.
As instituições municipais eram compostas por um alcaide que tinha funções administrativas e judiciais, juizes ordinários, vereadores, almotacés e os homens bons.
As juntas do povo decidiam sobre diversos assuntos da Capitania
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.
Catolicismo
As instituições municipais eram compostas por um alcaide que tinha funções administrativas e judiciais, juizes ordinários, vereadores, almotacés e os homens bons.
As juntas do povo decidiam sobre diversos assuntos da Capitania
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.
Catolicismo
Com os
descobrimentos ultramarinos, a Igreja Católica do Renascimento estava
demasiadamente imersa nos problemas seculares para promover uma expansão
missionário tão grandiosa como a que se exigia. Tornava-se igualmente
irrealizável deixar nas mãos dos colonos a conversão do gentio. Possibilidade
que se aventou, mas que logo foi abandonada, uma vez que o trabalho apostólico,
por mais que se quisesse, representava sempre uma limitação aos propósitos
predatórios e mercantis daqueles que viam o indígena meramente como força de
trabalho a ser explorada. Para isso desenvolviam as racionalizações mais
arbitrárias. Basta-nos ver o exemplo de Cortês, que pedia ao imperador e ao
papa o direito de castigar os da terra que não se submetiam, apresentando-os
"como inimigos de nossa santa fé".
Teriam, portanto, que sair da Igreja os esforços para a difusão do Cristianismo no ultramar. Foram as ordens religiosas que se propuseram a esse movimento missionário. Coube à dos franciscanos a precedência sobre todas as outras. As notícias de muitos povos pagãos recém-descobertos despertaram o zelo apostólico entre os frades de toda a Europa, oferecendo-se numerosos deles para predicar o Evangelho aos indígenas. Acorreram à América espanhola imediatamente após a conquista do México e se estenderam a todo o império espanhol no Novo Mundo. Seguiram-se a eles os dominicanos, cuja obra missionária, inspirada num rigorismo ético, chocava-se com a resistência dos colonos espanhóis que se recusavam a ver outra possibilidade no indígena que não fosse a sua exploração no trabalho escravo. Já em 1511 abria-se o conflito entre missionários dominicanos e colonos, com um sermão pronunciado pelo dominicano Antônio de Montesinos. Tendia a missão, enquanto impulso expansivo da Igreja Católica, a exercer uma influência mais além do eclesiástico, atacando um sistema colonial fundado na superposição de uma camada de senhores e na exploração do indígena.
Não demorou para que alguns discípulos da Companhia de Jesus mostrassem grande interesse em serem enviados ao Novo Mundo. Não contaram, entretanto, com a aquiescência do Papa, a quem o fundador da Companhia havia jurado obediência absoluta. Consideravam-se mais necessários os trabalhos dos jesuítas dentro da própria Europa, onde tanto havia que fazer, como os teólogos mais qualificados da igreja, para deixá-los dispersarem-se pelas missões na conversão de infiéis. Somente por volta de 1565 vieram os primeiros jesuítas para a América espanhola, numa expedição orientada para combater os huguenotes franceses alojados na Flórida. "Se simplifica em demasia o fato histórico, quando se faz derivar exclusivamente da Contra-reforma a expansão mundial da Igreja Católica da Época Moderna, e igualmente quando se supõe que essa expansão foi desencadeado pelos jesuítas. A revivescência e ativação das forças missionários da cristandade ocorreram na Idade Média tardia, por obra das ordens mendicantes, e a reforma desses institutos monásticos, em fins do século XV e começos do século XVI, reavivou o ardor apostólico em suas comunidades. A Companhia de Jesus não só apareceu mais tarde, senão que primeiro teve que fortalecer-se internamente e superar fortes resistências do governo espanhol, antes de poder cumprir sua grande obra de evangelização ."
Em Portugal a Companhia de Jesus havia sido favorecido desde 1540, durante o reinado de D. João III, e graças a ele puderam os jesuítas estabelecer-se na América portuguesa sem encontrar os impedimentos colocados aos jesuítas espanhóis por Filipe 11 e pelo Conselho das Índias. Junto com o primeiro governador-geral vieram para o Brasil os primeiros jesuítas: os padres Manuel da Nóbrega, Leonardo Nunes, Antônio Pires, Aspicuela Navarro, Vicente Rodrigues e Diogo Jácome. Nóbrega, que viera à frente dos demais, tornou-se Provincial com a fundação da província jesuítica brasileira, em 1553. Apesar de não ter sido a primeira ordem a aqui se instalar (aos franciscanos coube também no Brasil essa precedência), tomou-se a mais importante e a que maior influência teve na vida colonial brasileira.
O Sentido das Missões e da Catequese - A ação da Contra-reforma na Europa revestiu-se de dois aspectos principais: procurou por um lado reconquistar pelas armas os territórios protestantes; e por outro, onde a vitória militar lhe permitia, procurou converter as massas protestantes por toda uma série de meios. Nesse segundo aspecto, visando a reconquistar as almas onde a situação política o permitia, a Igreja romana empregou os métodos mais diversos: multiplicou as dioceses, construiu ou reconstruiu igrejas, sobretudo criou seminários, universidades e colégios, utilizando o fanático devotamente das ordens religiosas. Foram os jesuítas e capuchinhos os agentes por excelência dessa reconquista.
Ligou-se a esse movimento um outro, que vinha há mais tempo, mas que ganhou novo impacto com a reação à Reforma protestante, que pretendia não só a cristianização dos povos do Novo Mundo.
A religiosidade na formação social brasileira, mostrando a forte influência da igreja católica enquanto instituição de poder durante o período colonial onde as normas oficiais fundiram-se rapidamente com as crenças e práticas populares, num intenso movimento de recriação cultural que deixou marcas permanentes na vida do povo brasileiro.
A religião e a religiosidade são vistas como expressão cultural de homens e mulheres que em condições específicas, viveram no Brasil colonial.
O estudo da religião e da religiosidade é fundamental para a compreensão da história do Brasil, além de ser um tema de grande importância para estudiosos de história de todo o mundo.
Aliada ao reino português, a Igreja católica lançou-se à tarefa da colonização do Brasil com tanta eficácia, que se transformou numa das mais sólidas e rígidas instituições do país. Com os jesuítas catequizou e com a Inquisição policiou, mas apesar de sua forte influência, teve de aprender a conviver com outras religiões e com outras formas de religiosidade. Dividir e trocar foram regras impostas pela convivência de séculos entre seres humanos diversos nas suas identidades.
- Nomes: Bruna Bagliano ,Camila ,Maria Clara Vieira ,Murilo Henrique ,Nathália Almeida e MaxLeandro.
Teriam, portanto, que sair da Igreja os esforços para a difusão do Cristianismo no ultramar. Foram as ordens religiosas que se propuseram a esse movimento missionário. Coube à dos franciscanos a precedência sobre todas as outras. As notícias de muitos povos pagãos recém-descobertos despertaram o zelo apostólico entre os frades de toda a Europa, oferecendo-se numerosos deles para predicar o Evangelho aos indígenas. Acorreram à América espanhola imediatamente após a conquista do México e se estenderam a todo o império espanhol no Novo Mundo. Seguiram-se a eles os dominicanos, cuja obra missionária, inspirada num rigorismo ético, chocava-se com a resistência dos colonos espanhóis que se recusavam a ver outra possibilidade no indígena que não fosse a sua exploração no trabalho escravo. Já em 1511 abria-se o conflito entre missionários dominicanos e colonos, com um sermão pronunciado pelo dominicano Antônio de Montesinos. Tendia a missão, enquanto impulso expansivo da Igreja Católica, a exercer uma influência mais além do eclesiástico, atacando um sistema colonial fundado na superposição de uma camada de senhores e na exploração do indígena.
Não demorou para que alguns discípulos da Companhia de Jesus mostrassem grande interesse em serem enviados ao Novo Mundo. Não contaram, entretanto, com a aquiescência do Papa, a quem o fundador da Companhia havia jurado obediência absoluta. Consideravam-se mais necessários os trabalhos dos jesuítas dentro da própria Europa, onde tanto havia que fazer, como os teólogos mais qualificados da igreja, para deixá-los dispersarem-se pelas missões na conversão de infiéis. Somente por volta de 1565 vieram os primeiros jesuítas para a América espanhola, numa expedição orientada para combater os huguenotes franceses alojados na Flórida. "Se simplifica em demasia o fato histórico, quando se faz derivar exclusivamente da Contra-reforma a expansão mundial da Igreja Católica da Época Moderna, e igualmente quando se supõe que essa expansão foi desencadeado pelos jesuítas. A revivescência e ativação das forças missionários da cristandade ocorreram na Idade Média tardia, por obra das ordens mendicantes, e a reforma desses institutos monásticos, em fins do século XV e começos do século XVI, reavivou o ardor apostólico em suas comunidades. A Companhia de Jesus não só apareceu mais tarde, senão que primeiro teve que fortalecer-se internamente e superar fortes resistências do governo espanhol, antes de poder cumprir sua grande obra de evangelização ."
Em Portugal a Companhia de Jesus havia sido favorecido desde 1540, durante o reinado de D. João III, e graças a ele puderam os jesuítas estabelecer-se na América portuguesa sem encontrar os impedimentos colocados aos jesuítas espanhóis por Filipe 11 e pelo Conselho das Índias. Junto com o primeiro governador-geral vieram para o Brasil os primeiros jesuítas: os padres Manuel da Nóbrega, Leonardo Nunes, Antônio Pires, Aspicuela Navarro, Vicente Rodrigues e Diogo Jácome. Nóbrega, que viera à frente dos demais, tornou-se Provincial com a fundação da província jesuítica brasileira, em 1553. Apesar de não ter sido a primeira ordem a aqui se instalar (aos franciscanos coube também no Brasil essa precedência), tomou-se a mais importante e a que maior influência teve na vida colonial brasileira.
O Sentido das Missões e da Catequese - A ação da Contra-reforma na Europa revestiu-se de dois aspectos principais: procurou por um lado reconquistar pelas armas os territórios protestantes; e por outro, onde a vitória militar lhe permitia, procurou converter as massas protestantes por toda uma série de meios. Nesse segundo aspecto, visando a reconquistar as almas onde a situação política o permitia, a Igreja romana empregou os métodos mais diversos: multiplicou as dioceses, construiu ou reconstruiu igrejas, sobretudo criou seminários, universidades e colégios, utilizando o fanático devotamente das ordens religiosas. Foram os jesuítas e capuchinhos os agentes por excelência dessa reconquista.
Ligou-se a esse movimento um outro, que vinha há mais tempo, mas que ganhou novo impacto com a reação à Reforma protestante, que pretendia não só a cristianização dos povos do Novo Mundo.
A religiosidade na formação social brasileira, mostrando a forte influência da igreja católica enquanto instituição de poder durante o período colonial onde as normas oficiais fundiram-se rapidamente com as crenças e práticas populares, num intenso movimento de recriação cultural que deixou marcas permanentes na vida do povo brasileiro.
A religião e a religiosidade são vistas como expressão cultural de homens e mulheres que em condições específicas, viveram no Brasil colonial.
O estudo da religião e da religiosidade é fundamental para a compreensão da história do Brasil, além de ser um tema de grande importância para estudiosos de história de todo o mundo.
Aliada ao reino português, a Igreja católica lançou-se à tarefa da colonização do Brasil com tanta eficácia, que se transformou numa das mais sólidas e rígidas instituições do país. Com os jesuítas catequizou e com a Inquisição policiou, mas apesar de sua forte influência, teve de aprender a conviver com outras religiões e com outras formas de religiosidade. Dividir e trocar foram regras impostas pela convivência de séculos entre seres humanos diversos nas suas identidades.
- Nomes: Bruna Bagliano ,Camila ,Maria Clara Vieira ,Murilo Henrique ,Nathália Almeida e MaxLeandro.
Disponível no blog do
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Economia Colonial
|
A economia da época era comandada por
Portugal, que mantinha a exclusividade nos negócios com a colônia. O avanço
econômico do Brasil estava ligado ao aumento do capitalismo
mercantil. No período colonial, foram desenvolvidas
atividades de subsistência e de exportação. Portugal tinha um interesse maior
nos negócios que eram estabelecidos com o mercado externo.
O pau-brasil foi a primeira atividade econômica exercida no país, mas com o uso excessivo, a árvore se tornou rara. Posteriormente, foram introduzidas as culturas de algodão, tabaco, cana-de-açúcar e a mineração. Já a criação de gado ajudou o povoamento no interior do país. A economia colonial existia no intuito de satisfazer a metrópole e tinha que comprar de Portugal tudo o que precisava para que pudesse se desenvolver. Pau-Brasil O Pau-Brasil é uma árvore nativa da Mata Atlântica e recebe esse nome devido ao Brasil. É uma árvore dura e pontiaguda que tem no miolo a cor vermelha e flores amarelas. A exploração da árvore já era feita pelos índios e foi intensificada com a chegada dos primeiros colonos ao país. Foi nesse período que começaram os chamados escambos, que consistiam na troca do trabalho indígena por materiais com pouco valor como pentes, espelhos e roupas. A exploração do pau-brasil foi o principal meio econômico da colônia durante os primeiros anos e durou até o século XIV. Devido à intensa retirada das árvores, ela foi quase extinta.
A sociedade que explorava o açúcar durante o período colonial eram divididos entre os donos de terra e de escravos ou pessoas que plantavam cana de forma independente. Os poderes da sociedade que dependia do açúcar estavam nas mãos do senhor de engenho. Ele oferecia proteção e auxílio em troca dos serviços das pessoas. O açúcar foi escolhido para ser o principal produto produzido no Brasil, porque os portugueses já conheciam o processo de plantio da cana e da produção do açúcar e esse era um produto muito aceito pelos europeus. Com a intensa procura pelo produto, os holandeses também investiram no país e instalaram engenhos. Produção A forma de plantio da cana era baseada no plantation e na monocultura escravista. O engenho era composto por: canaviais, a fábrica de açúcar que continha uma moenda, plantações de subsistência, casa da caldeira, casa do purgar, casa-grande, senzala, capela, escola e residência dos trabalhadores que não eram escravos. A cana-de-açúcar era prensada na moenda para que obter a garapa e nas caldeiras, era feita a purificação desse caldo. Depois desse processo, o caldo era colocado em formas especiais e era observado até chegar ao ponto ideal. Com o açúcar pronto, ele era enviado para a metrópole e depois para a Holanda para que fosse refinado. A Holanda não só participava do refino como também era a peça principal na montagem do engenho e no transporte do açúcar. Os trabalhadores utilizados eram os índios e os escravos africanos. Várias áreas de vegetação foram destruídas para que fossem plantados os canaviais e para que o engenho fosse construído. O produto de subsistência que era mais produzido em paralelo à cana, era a mandioca, pois ela resultava a farinha, um item essencial para a alimentação dos brasileiros na época. Além disso, o algodão e o fumo eram muito importados do Brasil. Muitos fazendeiros não possuíam engenhos e tinham que moer a cana no engenho de outra pessoa, mediante o pagamento de um valor. Esses fazendeiros recebiam o nome de senhores obrigados. Ciclo do Ouro O Ciclo do Ouro começou no fim do século XVII, quando o açúcar já não era tão importante devido ao seu investimento que estava sendo feito na América Central. Sendo assim, era necessário buscar uma outra forma de economia e descobriram as primeiras minas de ouro em solo brasileiro, nas regiões onde ficam Minas Gerais e Goiás. A exploração do ouro era tão importante que o governo português decidiu mudar a capital de Salvador para o Rio de Janeiro, pois estava mais próximo das minas de ouro. Foram criadas as Casas de Fundição, que cobravam altos impostos de quem extraía o minério. Os principais impostos eram: o quinto (20% da produção do ouro deveriam ir para o rei de Portugal); a Derrama (a colônia tinha que arrecadar 1.500kg de ouro por ano); e a Capitação (era cobrado imposto sobre cada escravo que trabalhava nas minas). A exploração, e os diversos impostos e taxas cobradas foram motivos para muitas revoltas que ocorreram nessa época. O Ciclo do Ouro permaneceu até o ano de 1785. Consequências - mudanças sociais e políticas; - ajudou no comércio interno; - ajuda nas importações de manufaturados; - crescimento populacional. |
resistência dos escravos
Os motins
eram uma das vias de resistência dos negros contra a escravidão.
No desenvolvimento do regime
escravocrata no Brasil, observamos que os negros trazidos para o espaço
colonial sofriam um grande número de abusos. A dura rotina de trabalho era
geralmente marcada por longas jornadas e a realização de tarefas que exigiam um
grande esforço físico. Dessa forma, principalmente nas grandes propriedades,
observava-se que o tempo de vida de um escravo não ultrapassava o prazo de uma
década.
Quando não se submetiam às tarefas impostas, os escravos eram severamente punidos pelos feitores, que organizavam o trabalho e evitavam a realização de fugas. Quando pegos infringindo alguma norma, os escravos eram amarrados no tronco e açoitados com um chicote que abria feridas na pele. Em casos mais severos, as punições poderiam incluir a mutilação, a castração ou a amputação de alguma parte do corpo. De fato, a vida dos escravos negros no espaço colonial era cercada pelo signo do abuso e do sofrimento.
Entretanto, não podemos deixar de salientar que a população negra também gerava formas de resistência que iam contra o sistema escravista. Não raro, alguns escravos organizavam episódios de sabotagem que prejudicavam a produção de alguma fazenda. Em outros casos, tomados pelo chamado “banzo”, os escravos adentravam um profundo estado de inapetência que poderia levá-los à morte.
Não suportando a dureza do trabalho ou a perda dos laços afetivos e culturais de sua terra natal, muitos negros preferiam atentar contra a própria vida. Nesse mesmo tipo de ação de resistência, algumas escravas grávidas buscavam o preparo de ervas com propriedades abortivas. Além disso, podemos salientar que o planejamento de emboscadas para assassinar os feitores e senhores de engenho também integrava esse corolário de ações contra a escravidão.
Segundo a perspectiva de alguns estudiosos, as manifestações culturais dos negros também indicavam outra prática de resistência. A associação dos orixás com santos católicos, a comida, as lutas (principalmente a capoeira) e as atividades musicais eram outras formas de se preservar alguns dos vínculos e costumes de origem africana. Com o passar do tempo, vários itens da cultura negra se consolidaram na formação cultural do povo brasileiro.
Do ponto de vista histórico, os quilombos foram a estratégia de resistência que melhor representou a luta contra a ordem escravocrata. Ao organizarem suas fugas, os negros formaram comunidades no interior das matas conhecidas como quilombos. Nesses espaços, organizavam uma produção agrícola autônoma e formas de organização sociopolítica peculiares. Ao longo de quatro séculos, os quilombos representaram um significativo foco de luta contra a lógica escravocrata.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Quando não se submetiam às tarefas impostas, os escravos eram severamente punidos pelos feitores, que organizavam o trabalho e evitavam a realização de fugas. Quando pegos infringindo alguma norma, os escravos eram amarrados no tronco e açoitados com um chicote que abria feridas na pele. Em casos mais severos, as punições poderiam incluir a mutilação, a castração ou a amputação de alguma parte do corpo. De fato, a vida dos escravos negros no espaço colonial era cercada pelo signo do abuso e do sofrimento.
Entretanto, não podemos deixar de salientar que a população negra também gerava formas de resistência que iam contra o sistema escravista. Não raro, alguns escravos organizavam episódios de sabotagem que prejudicavam a produção de alguma fazenda. Em outros casos, tomados pelo chamado “banzo”, os escravos adentravam um profundo estado de inapetência que poderia levá-los à morte.
Não suportando a dureza do trabalho ou a perda dos laços afetivos e culturais de sua terra natal, muitos negros preferiam atentar contra a própria vida. Nesse mesmo tipo de ação de resistência, algumas escravas grávidas buscavam o preparo de ervas com propriedades abortivas. Além disso, podemos salientar que o planejamento de emboscadas para assassinar os feitores e senhores de engenho também integrava esse corolário de ações contra a escravidão.
Segundo a perspectiva de alguns estudiosos, as manifestações culturais dos negros também indicavam outra prática de resistência. A associação dos orixás com santos católicos, a comida, as lutas (principalmente a capoeira) e as atividades musicais eram outras formas de se preservar alguns dos vínculos e costumes de origem africana. Com o passar do tempo, vários itens da cultura negra se consolidaram na formação cultural do povo brasileiro.
Do ponto de vista histórico, os quilombos foram a estratégia de resistência que melhor representou a luta contra a ordem escravocrata. Ao organizarem suas fugas, os negros formaram comunidades no interior das matas conhecidas como quilombos. Nesses espaços, organizavam uma produção agrícola autônoma e formas de organização sociopolítica peculiares. Ao longo de quatro séculos, os quilombos representaram um significativo foco de luta contra a lógica escravocrata.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
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Domínio espanhol,
Brasil holandês e expansão territorial da Colônia
A
Colonização Mercantilista
Nos primeiros trinta anos do
século XVI, Portugal enviou apenas expedições de patrulha e extração do
pau-brasil. A montagem do Sistema Colonial foi iniciada com a chegada de Martim
Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, em 1532.
O açúcar foi escolhido como
atividade principal, pois ampliava-se o mercado consumidor europeu, os lusos já
o produziam nas ilhas atlânticas e o Brasil tinha o clima e o solo adequados.
Além disso, os burgueses flamengos (futuros holandeses) financiaram os
primeiros grandes engenhos.
O sistema agrário implantado era
de grandes propriedades monocultoras e exportadoras. Movido pelo trabalho
escravo, foi depois chamado de Plantation. O tráfico de africanos, aliás,
rendeu altos lucros aos mercantilistas portugueses. Por tudo isso, o
investimento inicial foi bastante alto.
A sociedade nos engenhos era
rigidamente estratificada. A aristocracia rural, proprietária de terras e de
escravos, dava-lhe um caráter patriarcal e concentrava altas rendas. Na base:
os escravos negros, os mestiços e brancos pobres. E a política era dominada
pelo Governador Geral, a quem se submetiam os Donatários e Governadores das
Capitanias. As Câmaras Municipais governavam as vilas e seus membros eram
eleitos pelo voto censitário, ou seja, pelo limite de renda que somente os
chamados “Homens Bons” possuíam.
Invasões
Estrangeiras e Novas Fronteiras
Entre 1580 e 1640, o Brasil
esteve sob domínio da União Ibérica. Morto D. Sebastião, em Alcácer Quibir
(África), seu primo espanhol, D. Felipe II de Habsburgo, assumiu o trono. A
Espanha lutava com ingleses, franceses e holandeses pelo domínio da Europa. Por
isso, o Brasil tornou-se alvo daquelas nações.
As Invasões Holandesas foram as
mais importantes. Os navios da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) atacaram a
Bahia (1624), e Pernambuco (1630). Seu objetivo: restaurar o comércio do açúcar
com a Holanda, proibido pelos espanhóis.
Ao Nordeste Holandês foi enviado o Príncipe Maurício de Nassau, com sua política de reconstrução dos engenhos danificados pelas lutas. A Restauração Portuguesa de 1640 quebrou o domínio espanhol e a Guerra de Independência da Holanda prosseguiu. Nassau foi substituído. A política holandesa de arrocho provocou a Insurreição Pernambucana de 1645. E os holandeses foram expulsos em 1654, após as Batalhas de Guararapes.
Ao Nordeste Holandês foi enviado o Príncipe Maurício de Nassau, com sua política de reconstrução dos engenhos danificados pelas lutas. A Restauração Portuguesa de 1640 quebrou o domínio espanhol e a Guerra de Independência da Holanda prosseguiu. Nassau foi substituído. A política holandesa de arrocho provocou a Insurreição Pernambucana de 1645. E os holandeses foram expulsos em 1654, após as Batalhas de Guararapes.
A principal consequência da
Guerra do Açúcar foi o declínio da economia canavieira. Os holandeses foram
produzir nas Antilhas. Mas a pecuária havia ocupado os sertões nordestinos e os
fortes construídos na costa norte haviam gerado povoamento. Esta Expansão
Oficial (militar) levou à criação, em 1621, do Estado do Maranhão, a Amazônia
separada do Brasil.
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A CONQUISTA DA AMAZÔNIA PELOS EUROPEUS.
Uma História feita de mitos e desafios.
A HISTÓRIA
da região tem sido, da chegada dos primeiros europeus à Amazônia até os dias
atuais, uma trajetória de perdas e danos. E nela, a Amazônia tem sido vítima
daquilo que ela tem de mais especial — sua magia, sua exuberância e sua
riqueza.
Os primeiros conquistadores e colonizadores não se conformaram em ver aquela terra, que lhes parecia ser o paraíso terrestre, ocupada por povos que julgavam bárbaros, primitivos, rudes, preguiçosos e, possivelmente desprovidos de uma alma.
As ações à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso, que durou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, enfrentando dificuldades e vencendo desafios, levaram a tarefa gigantesca de desbravar tão grande e desconhecida região.
Os primeiros conquistadores e colonizadores não se conformaram em ver aquela terra, que lhes parecia ser o paraíso terrestre, ocupada por povos que julgavam bárbaros, primitivos, rudes, preguiçosos e, possivelmente desprovidos de uma alma.
As ações à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso, que durou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, enfrentando dificuldades e vencendo desafios, levaram a tarefa gigantesca de desbravar tão grande e desconhecida região.
A chegada de Espanhóis e Portugueses
Em fins do
século XV, Portugal e Espanha, com o apoio da Igreja Católica, acordaram pelo
tratado de Tordesilhas a divisão das terras por descobrir, onde atualmente se
situam a África e as Américas. Pelo combinado, grande parte do que se conhece
hoje por Amazônia E realmente foram esses que tomaram a dianteira no
reconhecimento da Região. A Francisco de Orellana, navegador espanhol,
credita-se o descobrimento do grande rio, por ele navegado, desde a nascente, a
sua foz, nos anos de 1540 e 1541. As narrativas fantasiosas do escrivão de
bordo, Frei Gaspar de Carvajal, narrando à existência de mulheres guerreiras
nas margens do grande rio, a Amazonas, são responsáveis pelo nome que hoje o
identifica. Seguiram-se outras expedições espanholas com finalidade
exploratória, até que franceses tentassem, no norte do Brasil, estabelecer a
França Equinocial.
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, foi o espanhol Vicente Pizon (em janeiro de 1500), que percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou admirado vendo a pororoca (fenômeno natural que fez com que mudasse o curso de navegação) e maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do mundo que foi chamado por ele de Mar Dulce. Foi bem acolhido pelos índios da região. Mas, apesar de fantástica, sua viagem marca o primeiro choque cultural e o primeiro ato de violência contra os povos da Amazônia: Pizon aprisiona índios e os leva consigo para vender como escravos na Europa.
Com a chegada de Cabral em 1500 a coroa portuguesa expandia seu domínio na nova Terra, fazendo Salvador como um centro, onde as expedições patim para as Índias e para o sul até o Rio da Prata, isto faz com que a conquista da Amazônia retarde, pois os espanhóis seus “donos”, de acordo com o Tratado de Tordesilhas não deram muita importância ao território amazônico.
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, foi o espanhol Vicente Pizon (em janeiro de 1500), que percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou admirado vendo a pororoca (fenômeno natural que fez com que mudasse o curso de navegação) e maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do mundo que foi chamado por ele de Mar Dulce. Foi bem acolhido pelos índios da região. Mas, apesar de fantástica, sua viagem marca o primeiro choque cultural e o primeiro ato de violência contra os povos da Amazônia: Pizon aprisiona índios e os leva consigo para vender como escravos na Europa.
Com a chegada de Cabral em 1500 a coroa portuguesa expandia seu domínio na nova Terra, fazendo Salvador como um centro, onde as expedições patim para as Índias e para o sul até o Rio da Prata, isto faz com que a conquista da Amazônia retarde, pois os espanhóis seus “donos”, de acordo com o Tratado de Tordesilhas não deram muita importância ao território amazônico.
Os Fortes e Missões
Com a
união da coroas Espanholas e Portuguesas, os espanhóis fazem o reconhecimento
da área com Francisco de Orellana e Pizon, como também Pedro de Ursa e Lopes de
Aguirre, mas não tem a pretensão de povoar, abrindo precedentes para invasores
como franceses, holandeses, irlandeses e ingleses, que fazem contato com os
nativos e mantêm boas relações e fundam fortificações por toda a Amazônia.
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA Esse fato fez com que a Coroa Portuguesa tomasse uma medida para conter a presença de estrangeiros que só poderia ser feita, através de uma ocupação militar que tivesse a função de expulsar os invasores e construir fortificações para guardar o território, designou oficiais como Jerônimo de Albuquerque, Diogo de Campos e Francisco Caldeira de Castelo Branco, que partiu para a Amazônia, no início do século XVII, onde expulsou os franceses de São Luis, Maranhão e fundou o Forte do Presépio em dezembro de 1615 e a cidade de Belém em 1616 no Pará, que marca o início
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA da ocupação portuguesa a Amazônia e a construção de outros fortes ao longo do rio Amazonas, Gurupi, Pauxis (Óbidos), Tapajós (Santarém) e São José do Rio Negro (Manaus). Essas missões tiveram um apoio importante dos religiosos como os Jesuítas, Carmelitas e Franciscanos que tinham a função de catequizar e melhorar o relacionamento do indígena com os portugueses.
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA Esse fato fez com que a Coroa Portuguesa tomasse uma medida para conter a presença de estrangeiros que só poderia ser feita, através de uma ocupação militar que tivesse a função de expulsar os invasores e construir fortificações para guardar o território, designou oficiais como Jerônimo de Albuquerque, Diogo de Campos e Francisco Caldeira de Castelo Branco, que partiu para a Amazônia, no início do século XVII, onde expulsou os franceses de São Luis, Maranhão e fundou o Forte do Presépio em dezembro de 1615 e a cidade de Belém em 1616 no Pará, que marca o início
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA da ocupação portuguesa a Amazônia e a construção de outros fortes ao longo do rio Amazonas, Gurupi, Pauxis (Óbidos), Tapajós (Santarém) e São José do Rio Negro (Manaus). Essas missões tiveram um apoio importante dos religiosos como os Jesuítas, Carmelitas e Franciscanos que tinham a função de catequizar e melhorar o relacionamento do indígena com os portugueses.
A importância de Belém para a exploração.
A fundação
de Belém foi de vital importância para os portugueses, pois dali partiu suas
principais expedições com o intuito de conquistar o território amazônico, além
de estar em uma posição estratégica, situada bem na foz do Amazonas principal
porta de entrada para exploração do território.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de uma expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portuguesa, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de muitos índios que compunham a tripulação, levou sua missão até Quito, na América Espanhola. A expedição durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento da presença portuguesa na Amazônia. Foi o único navegador de sua época a fazer o trajeto de ida e volta, saindo da foz para nascente e de volta a foz.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros à Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dourado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à época.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de uma expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portuguesa, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de muitos índios que compunham a tripulação, levou sua missão até Quito, na América Espanhola. A expedição durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento da presença portuguesa na Amazônia. Foi o único navegador de sua época a fazer o trajeto de ida e volta, saindo da foz para nascente e de volta a foz.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros à Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dourado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à época.
Os reflexos da exploração
Conquistada
a custo de sofrimentos e sacrifícios, a Amazônia precisava agora ser mantida.
Era de se esperar que, além dos espanhóis, franceses, holandeses e ingleses,
não se conformassem, pacificamente, com a posse portuguesa da Amazônia.
A história dos homens na Amazônia tem sido construída a partir de muitos conflitos: de um lado, a visão paradisíaca criada pela magia dos mitos da região e sobre a região; de outro, a violência cotidiana gerada pela permanente exploração da natureza e desencadeada pelos preconceitos em relação a ambos — homem e natureza.
Ao longo de quatro séculos perdeu-se, muito da identidade original do homem e os referenciais da vida anterior, face aos sucessivos e constantes choques culturais. Hoje, o homem da Amazônia procura reconstruir, sem cessar, uma nova identidade e uma nova forma de vida que lhe possibilitem harmonizar uma nova cultura com a conservação da natureza, os benefícios e o usufruto do progresso técnico e científico do mundo moderno.
O aumento da destruição da natureza é alarmante. Nas últimas décadas, enormes massas vegetais, que incluem madeiras nobres, vêm sendo queimadas impiedosamente. De 1500 a 1970, ou seja, em 470 anos, apenas 2% de toda a floresta amazônica havia sido destruído; em apenas 30 anos (1970 a 2000), segundo o INPE, 14% foi devastado. Trata-se de um desastre sem precedentes contra o maior patrimônio natural do planeta Terra, contra a economia e a sobrevivência dos habitantes naturais — caboclos, ribeirinhos, índios e outros. E, pode-se mesmo dizer, contra o futuro da região e das novas gerações que precisarão dela para viver.
A história dos homens na Amazônia tem sido construída a partir de muitos conflitos: de um lado, a visão paradisíaca criada pela magia dos mitos da região e sobre a região; de outro, a violência cotidiana gerada pela permanente exploração da natureza e desencadeada pelos preconceitos em relação a ambos — homem e natureza.
Ao longo de quatro séculos perdeu-se, muito da identidade original do homem e os referenciais da vida anterior, face aos sucessivos e constantes choques culturais. Hoje, o homem da Amazônia procura reconstruir, sem cessar, uma nova identidade e uma nova forma de vida que lhe possibilitem harmonizar uma nova cultura com a conservação da natureza, os benefícios e o usufruto do progresso técnico e científico do mundo moderno.
O aumento da destruição da natureza é alarmante. Nas últimas décadas, enormes massas vegetais, que incluem madeiras nobres, vêm sendo queimadas impiedosamente. De 1500 a 1970, ou seja, em 470 anos, apenas 2% de toda a floresta amazônica havia sido destruído; em apenas 30 anos (1970 a 2000), segundo o INPE, 14% foi devastado. Trata-se de um desastre sem precedentes contra o maior patrimônio natural do planeta Terra, contra a economia e a sobrevivência dos habitantes naturais — caboclos, ribeirinhos, índios e outros. E, pode-se mesmo dizer, contra o futuro da região e das novas gerações que precisarão dela para viver.
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Parabéns pelo excelente trabalho!
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